Abertura do Ano Judiciário do TRT-8 debate Inteligência Artificial e Mudanças Climáticas

Mais de 250 pessoas participaram de maneira híbrida nesta sexta-feira (31/1)
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— Foto: ASCOM8

O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8) e a Escola Judicial da 8ª Região (EJUD-8) realizaram, nesta sexta-feira (31), a abertura do Ano Judiciário e do Ano Letivo, no auditório Aloysio da Costa Chaves, em Belém. O evento reuniu mais de 250 pessoas, que participaram de forma híbrida.

O uso da inteligência artificial generativa (IA) no Poder Judiciário foi um dos temas centrais do evento. A palestra de abertura, intitulada "O uso da inteligência artificial generativa: limites e possibilidades", foi ministrada pelo juiz do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), George Marmelstein Lima. 

O magistrado destacou o potencial da IA para otimizar o trabalho de magistrados (as) e assessores (as), permitindo o aumento da produtividade, a melhoria da qualidade do trabalho e o aprofundamento das análises. "Acredito que quase todo o Brasil já tenha alguma experiência com inteligência artificial no âmbito institucional, com os tribunais implementando determinadas soluções baseadas nessa tecnologia. No entanto, vejo, sobretudo, um grande potencial de uso individual: cada magistrado, cada assessor pode avaliar, de acordo com suas necessidades e tarefas, qual ferramenta é mais adequada à sua situação e utilizá-la para aumentar sua produtividade, aprimorar a qualidade do trabalho e aprofundar suas análises. Afinal, é para isso que essa tecnologia serve", observou George Lima.  

O juiz titular da 10ª Vara do Trabalho de Belém, Océlio Moraes, também ressaltou a importância do tema, ponderando que a inteligência artificial deve complementar, e não substituir, a capacidade humana. "A inteligência artificial não pode subestimar a capacidade humana, a inteligência humana é cheia de sentimentos, emoções e a inteligência artificial não é isso. Ela é um instrumento que agiliza, é um instrumento que potencializa, mas na minha percepção ela precisa estar a serviço da pessoa, ela não pode subestimar a pessoa, ela pode ser um instrumento para otimizar serviços e nunca subestimar a pessoa", pontua o magistrado. 

Ano do Judiciário e Ano Letivo 2025

A vice-presidente do TRT-8, desembargadora Maria Valquíria Norat Coelho, afirma que o Abertura do Ano do Judiciário no TRT-8 tem um grande significado para o Judiciário Trabalhista,  pois é o momento em que iniciamos efetivamente todas as nossas atividades com o objetivo de prestar a jurisdição aos nossos jurisdicionados. “Estou muito feliz como vice-presidente. Temos muitos projetos na administração, e um deles é acompanhar o momento atual que estamos vivendo, incluindo a valorização da inteligência artificial e as mudanças climáticas. O que esperamos é estarmos aptos a acompanhar essa temática tão atual, não apenas no Judiciário, mas em toda a sociedade”, comemora.

A presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 8ª Região (Amatra-8), Roberta de Oliveira Santos, manifestou suas expectativas para o ano de 2025, ressaltando a importância da parceria entre a nova gestão do TRT-8 e a Amatra-8. "Este início de ano Judiciário, que também marca o começo do ano letivo da Ejud-8, traz um sentimento especial com a nova administração, tanto na Ejud-8 quanto no Tribunal, gerando boas expectativas. Temos estabelecido vários contatos com a nova gestão e enxergamos essa mudança de forma muito positiva. A Amatra-8 se coloca à disposição do Tribunal para parcerias e colaborações que contribuam para o avanço e a valorização da magistratura e da Justiça do Trabalho."

Para o diretor da Escola Judicial do TRT-8 (Ejud-8), desembargador Raimundo Itamar Lemos, a abertura do ano letivo da escola judicial é uma mostra de tudo o que vamos realizar ao longo deste ano. “Nós temos um plano anual de capacitação, estruturado em dois eixos regionais importantes, alinhados com a ENAMAT e o CNJ. Regionalmente, precisamos desenvolver temas como as mudanças climáticas, já que a COP30 será realizada no Pará e essas mudanças impactam diretamente o ambiente de trabalho. Esse é um tema que deve ser estudado pela magistratura para aplicação em processos futuros”, explica o desembargador.

Em seu pronunciamento, o desembargador Raimundo Itamar Lemos também enfatizou a importância da formação técnica e da atualização constante dos profissionais do Judiciário, para que estejam sintonizados com a sociedade e aptos a oferecer respostas aos jurisdicionados. "A mensagem que quero deixar é a importância de buscar sempre essa formação técnica, essa atualização constante, essencial para nossa vida profissional. Precisamos continuar sintonizados com a sociedade, ouvindo as vozes que devem chegar ao Judiciário e oferecendo as respostas que os jurisdicionados necessitam. Daí a relevância da informação e do diálogo com pessoas que tenham conhecimento e experiência para nos ajudar a crescer em nossa atuação profissional", conclui o desembargador.

A presidente do TRT-8, desembargadora  Sulamir Palmeira Monassa de Almeida , encerrou o evento destacando o compromisso do Tribunal com a inovação, a questão climática e a Justiça Social. "A Oitava Região assume, com a abertura do Ano Judiciário, o compromisso com a inovação, a questão climática – que é o tema central deste evento – e, principalmente, com a Justiça Social. Esse é o foco dos nossos investimentos e a nossa perspectiva institucional para 2025", afirmou Monassa.

Durante a programação, organizada pela Ejud-8, foram realizados painéis com técnicos, juristas e professores renomados, que abordaram temas como Inteligência Artificial, mudanças climáticas e exposição ocupacional.

Na cerimônia oficial de abertura estavam presentes na mesa, a presidente do TRT-8, desembargadora Sulamir Palmeira Monassa de Almeida; o Diretor da Ejud-8, Raimundo Itamar Lemos Fernandes Júnior; a procuradora chefe do Ministério Público do Trabalho no Pará e Amapá, Rejane de Barros Meireles; a presidente da Amatra-8, juíza Roberta de Oliveira Santos e o representante da OAB-Seção Pará, conselheiro Evandro Costa. 

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