TRT8 ​vai inaugurar novo ​Fórum de Belém observando critérios de Sustentabilidade

Na esquina da ​Travessa Dom Pedro I com a Avenida ​Senador Lemos, o Novo Fórum abrigará todas as 19 Varas do Trabalho da capital paraense e está com inauguração prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2018.
Imagem da Presidente Suzy Koury e do desembargador Sérgio Rocha visitando a obra

Localizado ao lado do edifício sede do Tribunal, na esquina da ​Travessa Dom Pedro I com a Avenida ​Senador Lemos com, o Novo Fórum foi construído seguindo critérios de sustentabilidade e acessibilidade. Em construção desde janeiro de 2015, o novo prédio do ​Fórum Trabalhista de Belém irá abrigar todas as 19 Varas do Trabalho da capital paraense e está com inauguração prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2018.

​Possibilitando abrigar até 22 Varas do Trabalho, o novo Fórum possuirá 11.290,94 m²​ distribuídos nos seus 14 pavimentos, sendo as Varas do Trabalho distribuídas em 11 andares, duas por andar.

O subsolo e parte do andar térreo serão​​ ​destinados ao estacionamento, e a cobertura abrigará a Escola Judicial do TRT8, com salas de treinamento, auditório com cerca de 110 lugares e toda a estrutura física ​e técnica ​adequada ao desenvolvimento de suas atividades.  

O novo prédio,​​ além de ​​econômico, ​o que rendeu elogios do CSJT sobre a observância das resoluções emitidas pelo Conselho para construções desse gênero, ​permitirá que o Tribunal otimize recursos com a instalação da área administrativa no local onde antes funcionavam as Varas​, já que, atualmente, ​está ​alocada em prédio alugado na Trav. Dom Romualdo de Seixas, ​com custo de de R$ 70.000,00 mensais​.

Com o novo espaço, será possível proporcionar melhor atendimento ao jurisdicionado e melhores condições de trabalho a magistrados e servidores.

Resolução 70 CSJT

Segundo a Comissão de Obras do TRT8, o novo prédio é o primeiro da justiça do trabalho a estar 100% enquadrado na Resolução nº 70​/2010,  do Conselho Superior da Justiça do Trabalho. A resolução dispõe sobre os aspectos de planejamento, execução e monitoramento de obras com referências e diretrizes para elaboração de projetos.

“O que mais incomodava na Resolução nº 70 do CSJT era o valor sugerido para o metro quadrado da construção. Falava-se que não seria possível uma boa construção no valor de metro quadrado proposto. E nós conseguimos. O conceito deste prédio é extremamente enxuto. Não há nada ​que não seja ​estritamente necessário para o funcionamento do prédio. Fizemos o que é necessário para atender a resolução e ainda conseguimos incorporar requisitos de sustentabilidade”, explicou Carlos Roberto Ribeiro Araújo, Chefe da Divisão de Engenharia do TRT8.

A verba necessária para a ​construção do Novo Fórum foi garantida pelo CSJT e uma inovação do contrato com a empresa executora da obra foi a destinação de percentual superior a 2% do efetivo de pessoal empregado na obra para a contratação de egressos do sistema carcerário e cumpridores de medidas e penas alternativas, aplicando, assim, o estabelecido pela Resolução nº 114/2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A previsão era que a obra fosse entregue no segundo semestre de 2016, porém, o ​brutal ​corte orçamentário sofrido pela Justiça do Trabalho​ naquele ano​ impactou tal planejamento. Mesmo assim, a obra ​continua sendo um marco em velocidade e qualidade.

“Em obras comuns, de prédios similares, inclusive na iniciativa privada, um prédio desse​, que equivaleria a 40 meses, nós entregaríamos em dois anos. Se não houvesse o problema orçamentário, iríamos entregar essa obra num prazo recorde. Isso é relevante​,​ porque mostra que o planejamento de execução que foi feito, tanto pelo TRT8 como pelo CSJT, foi bem desenhado e era exequível, servindo até de parâmetro para outras obras​ nacionais”​, ressalta​ Carlos Roberto Ribeiro Araujo​.

 

Inauguração

Mesmo com a determinação da presidente, desembargadora Suzy Koury, de alteração​ do projeto ​da entrada do novo Fórum, ​para que seja mantida a mangueira que fica bem​ ​​em frente ​​ao prédio, o novo Fórum trabalhista de Belém deve ser inaugurado ainda este ano​, e ainda no primeiro semestre​. Para que isso aconteça o engenheiro civil, Cesar Bentes Gomes da Silva, Chefe da Divisão de gerenciamento de Projeto do TRT8, dedica-se diariamente a acompanhar o andamento da obra.

Segundo o Desembargador Sérgio Rocha,​ coordenador da Comissão de Obras do TRT8, ​a inauguração está prevista para o​correr no​ final do primeiro semestre deste ano. “A ideia neste prédio é mudarmos aos poucos​.​ D​esta maneira a mudança não será tumultuada e os usuários aprenderão a usar o prédio com as funcionalidades que ele tem. Esta obra não teria sido possível sem a união e a atuação conjunta de diversos gestores. ”

 

​Conheça algumas novidades do novo ​Fórum ​Trabalhista de Belém:

1. Aproveitamento do vento e sol

Visando projetar ambientes sustentáveis, o projeto foi distribuído de forma a obter o máximo de aproveitamento da iluminação natural, economizando energia elétrica tanto para ventilar, quanto para iluminar.

2. Sistema de captação e reaproveitamento da água da chuva

A coleta de água da chuva é realizada na cobertura e segue por uma tubulação separada da de esgoto e é lançada para reuso em caixas d’água, no subsolo.  O sistema de captação de água​ no novo prédio​ é considerado um d​os melhores e mais eficazes opções de economia de água, reaproveitando-a​ e destinando a descargas e limpeza em geral, ao invés de utilizar o recurso hídrico potável.​ 

Com esta medida espera-se reduzir em até 50% o valor da conta mensal de água.

3. Sistema de ar condicionado ecológico VRF

O sistema de ar condicionado VRF funciona com apenas uma unidade externa ligada a múltiplas unidades internas que operam individualmente.

Segundo o Coordenador da Engenharia do TRT8, “para o usuário será como se estivesse usando uma ​s​plit normal, mas para o sistema não. Seguindo a linha ecologicamente correta, eles usam menos fluidos e ainda podem ser automatizados com horário de ligar e desligar. Estima-se que,​ com este sistema de ar​, o gasto de energia seja reduzido em 65 %​ aos que outros sistemas gastam".​

4. Lâmpadas LED - refratário de metal

As lâmpadas LED se destacam pelo maior rendimento luminoso útil. Enquanto uma lâmpada incandescente converte em luz apenas 5% da energia que consome, as versões em LED convertem acima de 40%. Dessa forma, os produtos oferecem até nove vezes mais iluminação.

Os produtos em LED não emitem raios infravermelhos e ultravioletas, o que evita danos à pele das pessoas. Não geram calor, o que reduz os gastos com uso do ar-condicionado. Por produzir menos calor, as lâmpadas não atraem insetos e não estragam produtos e objetos que ficam expostos à luz.

Ao contrário das lâmpadas fluorescentes – cujo descarte incorreto gera problemas ambientais graves em função da presença de mercúrio – o descarte dos LEDs não gera contaminação​, e o alumínio ou o aço da estrutura podem ser reciclados.

A LED reduz em até 90% o consumo de energia elétrica. Para se ter uma ideia, uma lâmpada de LED usa menos energia que 25 lâmpadas incandescentes.

A luminária escolhida para o novo fórum é de corpo chapa de aço que proporciona um aproveitamento maior do reflexo da luz​,​ ampliando a iluminação no local.

5. Informática

Segundo a Secretaria de Tecnologia da Informação do TRT8, os novos computadores são muito menores que os anteriores e ocuparão menos espaço.​ 

A rede estabilizada foi separada da rede comum. Em uma rede serão ligados os computadores e nobreaks e na rede comum, tudo que não é ligado a informática, como geladeira e microondas.

6. Mobiliário

Todo o arranjo e conceito do mobiliário foi alterado para que pudesse atender ao conforto e ergonomia dos usuários.

O projeto antigo das varas foi elaborado em uma época que os processos eram físicos e precisavam de espaço para serem armazenados. As mesas usadas eram grandes e ocupavam muito espaço, diminuindo a circulação interna.  

A aquisição do novo mobiliário está alinhada com a nova fase eletrônica do processo judicial. As mesas ​são ​menores e concentradas em ilhas lineares de trabalho,​ de tal forma que não atrapalhe a circulação.​

Para a aquisição do novo mobiliário foram considerados requisitos de sustentabilidade​, e merece destaque a comprovação de conformidade com os padrões de ergonomia, sobretudo com a definição de parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores e a exigência de comprovação de que os mobiliários fabricados  possuem certificação de pelo menos um dos programas sobre o manejo florestal do produto, com a rastreabilidade da cadeia de custódia.

7. Acessibilidade

Projeto arquitetônico deve atender todo tipo de usuário. O projeto seguiu a NBR 9050/2015​. Acerca de acessibilidade destacamos apenas parte delas:

1) Rampa de acesso ao prédio com inclinação, guarda-corpo, corrimão, balizamento em toda a extensão da rampa;

2) Controle de acesso do tipo catraca, acessível, garantindo à pessoa em cadeira de rodas espaço para manobra, circulação e aproximação para o manuseio do equipamento com autonomia;

3) Banheiros acessíveis em todos os pavimentos;

4) Espaços reservados no auditório para pessoas em cadeiras de rodas e para obesas;

5) Disponibilidade de espaços para pessoas em cadeiras de rodas na sala de treinamento;

6) Sinalização tátil direcional;

7) Elevadores estão atendendo as diretrizes da NBR 9050/2015.

8. Manutenção

Por concentrar todas as varas no mesmo espaço e ser um prédio modular, a manutenção do prédio torna-se funcional. A escolha do material usado no projeto visou minimizar os custos de manutenção do prédio. Nas áreas comuns ​foram utilizadas pastilhas  para que ​se​ pud​esse​ reduzir os gastos com pintura e facilitar a limpeza.

9. Energia Fotovoltaica

“Para que pudéssemos atender a construção do prédio dentro da Resolução 70 do CSJT, limitamos os nossos gastos, mas adoraríamos que ele já tivesse sido projetado para iniciar suas atividades com energia solar e o tratamento de esgoto incorporados ”​, destacou Carlos Araújo, da engenharia do TRT8, mas, para atender possível demanda futura, a engenharia do tribunal informa que ​o ​prédio possui uma cobertura que possibilita a instalação de painéis de energia fotovoltaica.

10. Impacto Ambiental

Para a instalação do novo fórum, o TRT8 realizou um estudo de impacto ambiental e foram estabelecidas diversas condicionantes que estão sendo cumpridas junto ao órgão licenciador. A expectativa do TRT8 é que possa ​reduzir minimamente o impacto no trânsito local pois foram criadas 52 vagas de garagem para atender ​à​s varas que já atuavam no local.

 

Retrospectiva

2003 - Decreto de doação do terreno prédio.

2014  - Autorização do E. Tribunal Pleno para licitação de projeto arquitetônico do novo prédio de Varas.

2015 - Pedra Fundamental das Novas Instalações do Fórum Trabalhista de Belém com a presença ​da ex-presidente do TRT8, Desembargadora Odete de Almeida Alves.

Veja as fotos: https://www.flickr.com/photos/trt8_oficial/sets/72157650979913448/

Início das obras. Presid​ência do ​​desembargador Sérgio Rocha

2016 – suspensão das obras – Crise Orçamentária

2017 – Escritura Pública de doação do novo Fórum

2018 – Inauguração do Prédio.