Sem acordo, TRT8 levará a julgamento o pedido de declaração de abusividade da greve dos rodoviários.
Durante a tarde de ontem (19) a desembargadora do Trabalho Francisca Formigosa, em companhia de representantes do Ministério Público do Trabalho, buscou o alcance de acordo entre os representantes dos empresários de transporte público e dos rodoviários que integram os sindicatos de Ananindeua e Marituba, e de Belém, sem sucesso.
O objetivo era encontrar um ponto de convergência entre as propostas colocadas na mesa de negociação, sanando o problema que durou todo o dia, que foi a população de Belém, Ananindeua e Marituba estarem sem transporte público, em que pese a decisão liminar da desembargadora que obrigava os sindicatos de trabalhadores a garantir uma quantidade de ônibus rodando, especialmente nos horários de pico concentrados no início da manhã e final da tarde.
Mesmo com os diversos pontos existentes na proposta, a principal questão de ambas as negociações circulava em torno da jornada de trabalho com as respectivas paradas para descanso. De acordo com o sindicado dos rodoviários de Ananindeua e Marituba, a jornada de oito horas diárias não é cumprida pelos empresários, e questionavam o controle dessa jornada, solicitando a implantação de ponto biométrico em todas as empresas, semelhante ao que já existe em operação em duas empresas que tiveram que atender TAC do MPT.
Para os empresários, a implantação do sistema de controle biométrico, além de ser inviável, em razão da ausência de sinal de internet em alguns pontos de final de linha, não estava em negociação e a comprovação do horário poderia ser suprida com a entrega de cópia da filipeta física que é assinada pelo trabalhador, para comprovar seu horário de chegada, saída, bem como de descanso.
A proposta dos trabalhadores foi encampada pela Justiça do Trabalho e pelo MPT, porém, mesmo após intervalo para que ambas as partes pudessem avaliar a viabilidade de implantação do sistema, não se chegou ao acordo em torno desse ponto, inviabilizando todos os demais, que não chegaram a ser discutidos detalhadamente.
O mesmo ponto de impasse esteve presente na mesa de negociação com o sindicato dos rodoviários de Belém, impedindo o acordo.
A desembargadora Francisca Formigosa então encerrou a reunião, informando que levará a julgamento em sessão a ser realizada às 11h de amanhã (20) o pedido de declaração de abusividade de greve, formulada pelos empresários, julgando igualmente o dissídio, procurando dar fim à greve que deixa sem transporte público mais de um milhão de pessoas na grande Belém.
Por sua parte, o Ministério Público do Trabalho informou que irá atuar junto às empresas de ônibus para a implantação do sistema de biometria, o que contribuirá para o maior controle da jornada, com as respectivas pausas de descanso, conforme já vem sendo desenvolvido por empresa que atua na região metropolitana.
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