Círio 2018 - A imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré ganha homenagem do TRT8 durante a Romaria da Juventude
A campanha de Combate ao Trabalho Infantil do TRT8 prestou uma homenagem à jovem Maria no sábado (20), em Belém, durante a Romaria da Juventude. Estudantes, voluntários , servidores da justiça do trabalho e padrinhos do programa se concentraram em frente ao edifício sede do tribunal, na Praça Brasil, para aguardar a passagem da imagem da santa.
Enquanto aguardavam a romaria, alunos da Escola Salesiana do Trabalho entoaram cânticos marianos e leram as dez razões para combater o trabalho infantil que foram impressas nas ventarolas distribuídas este ano nas procissões do Círio. Em um altar montado na escadaria do prédio do tribunal, a imagem da santa foi coberta com um manto feito especialmente para a campanha. O manto, confeccionado pelo estilista paraense Luis Languer, trazia muitos cataventos coloridos bordados para lembrar o símbolo mundial da luta contra o trabalho infantil.
A juíza do Trabalho Vanilza Malcher destacou o trabalho de conscientização realizado pela campanha nas escolas, paróquias e comunidades parcerias que demonstrou a importância dos jovens serem protagonistas desse momento. "Essa participação efetiva da juventude é a demonstração do êxito da nossa campanha. É a demonstração que eles estão conscientes das dez razões que nós estamos levando para toda a sociedade e a importância deles estarem participando de todo o processo de discussão de temas de relevância para eles, porque eles que levarão essa mensagem para outros jovens e assim nós conseguiremos unir uma grande massa da juventude em prol da nossa campanha".
A Escola Salesiana do Trabalho mobilizou aproximadamente 500 jovens para participar da homenagem. Para a agente da Pastoral da Escola, Raquel Silva, participar de uma campanha como a realizada pelo TRT8 contribui para fortalecer os valores éticos e os princípios morais e religiosos. "Nós trabalhamos com a qualificação profissional dos meninos e meninas, e conscientizamos em relação aos direitos deles enquanto crianças e adolescentes, mas também a importância de terem o conhecimento sobre os direitos trabalhistas e da faixa etária a qual eles devem ser inseridos no mercado de trabalho, para esclarecer sobre o que é permitido e o que não está de acordo com a legislação, pois trabalhamos com a inserção deles no mercado de trabalho."
Quando a romaria chegou ao Tribunal, a imagem da santa ficou parada para receber a saudação dos organizadores da campanha. A alegria dos milhares de jovens que acompanhavam a romaria desde a saída da igreja do Perpétuo Socorro, na Arthur Bernardes, contagiou a todos. A estudante Beatriz Freitas, 17 anos, cantou e rezou para agradecer por ter a oportunidade de estudar. Ela faz um curso profissionalizante na Escola Salesiana do Trabalho e há um mês foi selecionada como menor aprendiz de um hospital em Belém e sonha em ser psicóloga. A mãe de Beatriz foi trabalhadora infantil. "Minha mãe começou a trabalhar com 12 anos na casa de uma família. Ela disse que foi por necessidade porque os meus avós obrigaram ela a trabalhar, mas ela viu que isso prejudicou o futuro dela, porque ela não estudou e ela não quis que acontecesse a mesma coisa comigo".
Este foi o segundo ano que a Romaria da Juventude passou em frente ao Tribunal Regional do Trabalho para felicidade dos organizadores da campanha. O primeiro foi em 2015. Coordenadora regional de combate ao trabalho infantil, a desembargadora Zuíla Dutra, frisou que as romarias, principalmente a que reuniu jovens e crianças, foram uma oportunidade para mostrar os males do trabalho infantil e levar a mensagem do protagonismo dos jovens para ajudar a combater a violência que atinge a juventude em função do trabalho precoce."É uma benção ela estar passando por aqui. Maria é modelo porque na sua juventude ela acatou um chamado de Deus e saiu com coragem ao encontro dos necessitados. Ela é modelo de mãe, de cristã, de mulher, poque ela valorizou a vida de todos. A vida de Maria é de solidariedade, de união. Nós esperamos passar para essa juventude, que esses jovens usem essa energia, como usou Maria de Nazaré, para ir ao encontro dos que precisam, para trabalhar contra a discriminação, contra a desunião, contra tudo isso de ruim que nós estamos vivendo. Na mão da juventude está essa força capaz de mobilizar a sociedade para virar essa página de discriminação, de desamor e de falta de solidariedade."