TRT8 e rede Bike Anjo Belém iniciam 2019 com o projeto Bike na Obra

Com o apoio da rede de voluntários do Bike Anjos, o TRT8 leva informações sobre segurança, direitos e cidadania a trabalhadores da construção civil, segmento que apresenta o maior índice de incidência de acidente no norte do Brasil.
Voluntários do projeto bike anjos entregando os kits do projeto para funcionários da construção civil
— Foto: ASCOM8

O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e a rede Bike Anjo firmaram um termo de cooperação no qual o TRT8 possibilitou a confecção de mil kits do projeto, que estão sendo distribuídos gratuitamente nas diversas ações que estão acontecendo e já contemplaram neste início de ano mais de uma centena de trabalhadores da construção civil, público alvo do projeto.

Os kits são compostos de um calendário de 2019, que materializa-se na forma de infográfico ilustrando direitos e deveres quanto ao uso da bicicleta, uma placa refletiva com o logo do projeto e uma campainha, estes dois últimos itens obrigatórios segundo o Código de Trânsito Brasileiro.

A proposta de parceria com o TRT8 também inclui a distribuição de panfleto informativo sobre o aplicativo SimVida, que permite reportar sobre situações irregulares de trabalho e são repassadas aos órgãos competentes para que sejam solucionados com maior eficiência pelo poder público.

Danilo Barbosa, Chefe da Seção Socioambiental, frisa a importância do projeto na seguinte perspectiva: “ É necessário que os trabalhadores se conscientizem do uso da bicicleta, bem como, do aplicativo SimVida do TRT8, que possibilita denunciar situações de insegurança no trabalho, possibilitando a fiscalização dos órgãos responsáveis.”

Segundo Murilo Rodrigues, um dos idealizadores do projeto, “O Bike na Obra surge primeiramente para garantir o acesso à informação sobre o direito à cidade. Quando não há ciclovia ou ciclofaixa, quem usa a bicicleta tem o direito de trafegar na via e motoristas tem a obrigação de passar a pelo menos 1,5m de distância do ciclista (CTB artº 201). Ao fazer as ações percebemos que a desinformação sobre os direitos é generalizada. Esse é o primeiro passo para que não sintam-se marginalizados ao pedalar e sonhem em migrar para veículos motorizados.”

Daniele Queiroz, articuladora da rede Bike Anjo em Belém, frisa seu interesse em participar das ações por entender que os trabalhadores da construção civil merecem um olhar atencioso “quando chegamos em um canteiro para uma ação, no primeiro momento há um estranhamento, os trabalhadores ficam reticentes tentando entender o que está acontecendo, depois se mostram muito surpresos por serem eles os principais atores do projeto; mas tudo foi pensado para eles! E é maravilhoso quando percebemos neles a satisfação em receber um kit, que é muito mais que uma placa, um calendário e uma campainha sendo entregues, simbolicamente queremos que entendam nossa ação como um afago, um cuidado; é a nossa maneira de valorizar a importância deles dentro da cadeia de trabalho e principalmente celebrar com eles a escolha por um modal ativo que transformará o mundo, a bicicleta”.