Auditório da Unama fica lotado para a Sessão de Julgamento da 4ª Turma do TRT8
Com capacidade para 300 pessoas, o auditório David Mufarrej, da Universidade da Amazônia, em Belém, ficou lotado de estudantes de Direito na manhã da última terça-feira (23). Eles acompanharam de perto uma Sessão Ordinária de Julgamento da 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região, que abrange os estados do Pará e Amapá.
Aberta ao público, a Sessão de número 1073 julgou 75 processos, boa parte deles oriundos do Processo Judicial Eletrônico (PJe) e contou com a presença dos cinco desembargadores que integram a 4ª Turma do TRT8: Georgenor Franco Filho, Alda Pinho Couto, Sulamir Palmeira de Almeida, Julianes Moraes Chagas e Maria Zuíla Dutra, além do Procurador Federal do Trabalho, Lóris Rocha.
Ao abrir a Sessão, o desembargador Georgenor Franco, professor de Direito do Trabalho há 40 anos, destacou que a iniciativa foi uma oportunidade para que estudantes pudessem conhecer na prática a atuação do Poder Judiciário. Franco explicou como iria funcionar o julgamento, apresentou cada um dos membros da Corte, o lugar ocupado por eles na mesa do auditório, assim como a função desempenhada pelos servidores da Justiça do Trabalho durante a sessão. O desembargador também ressaltou o papel dos advogados, que a cada processo colocado em pauta, contribuíram, como parte, nas sustentações orais.
Foi a primeira vez que uma Sessão da 4ª Turma foi deslocada da sede do Tribunal para uma universidade. De acordo com Georgenor Franco, uma forma de aproximar a Justiça do Trabalho da Academia. "Ficamos mais próximos do jurisdicionado, dos futuros advogados, dos bacharéis em Direito, que poderão ser futuros juízes, mostrando como atuamos, o que fazemos, como se julga. A Justiça do Trabalho existe e que ela não está aí só para fazer figuração. Nós somos muito úteis para manter a paz social. E é isso que estamos fazendo ao realizar essa sessão pública. Essa aproximação nossa é com interesse na comunidade porque à Justiça do Trabalho interessa a sociedade e é ela que precisa da nossa assistência",concluiu o desembargador.
Desafio
A advogada Paloma Dias, 28 anos, fez uma das sustentações orais em um dos processos que estavam na pauta de julgamento. "Foi um dia que vai ficar guardado na minha memória porque essa foi a minha segunda sustentação oral. Então, é um desafio para mim porque estou iniciando na advocacia. Ao mesmo tempo é engrandecedor para o meu currículo. Se na minha época de faculdade eu já tivesse tido essa oportunidade já saberia como se dão essas sessões. Foi um momento muito valoroso na minha profissão".
Estudantes de várias turmas do Curso de Direito vivenciaram a experiência de acompanhar um julgamento no âmbito da Justiça do Trabalho. A estudante Andressa Franco, que cursa o 5º semestre de Direito na Unama, disse que foi a primeira vez que assistiu a uma sessão de julgamento do TRT8. "Nós pudemos ver os casos concretos sendo julgados. Pena que nem sempre os trabalhadores têm o seu direito reconhecido. Mas participar do evento foi fantástico".
O evento mobilizou equipes de professores e estudantes de diversos cursos da universidade. Os alunos de Direito, por exemplo, atuaram na organização do evento; os estudantes de Comunicação Social fizeram a cobertura jornalística por meio da TV UNAMA e Portal Leia Já. Já os alunos de Gastronômia foram responsáveis por preparar um almoço para os desembargadores no laboratório do curso. O supervisor do Núcleo de Estágios da Unama, André Bendelack, destacou a importância de realizar a sessão de julgamento na universidade. "Trazer para cá a sessão de julgamento da 4ª turma representa a aproximação da instituição com a prática jurídica. Os alunos conseguem perceber, dentro da realização da sessão, a teoria que ensinamos em sala de aula. É uma forma de realizar o ensino, a pesquisa e a extensão", declarou o supervisor.
A desembargadora Zuila Dutra, que foi aluna e professora da Unama, ressaltou a necessidade de haver essa troca de conhecimento com a comunidade. “Contribuir com o aprendizado dos alunos é muito importante. A Justiça precisa ir até as comunidades levar essa nova imagem do Poder Judiciário. Um Poder Judiciário integrado com a comunidade para que todos conheçam o nosso papel na sociedade como um dos poderes da República. Esta sessão nos possibilita demonstrar aos acadêmicos como se forma a jurisprudência pela interpretação e aplicação da lei ao caso concreto, sobretudo nesse tempo em que a CLT passou por grandes reformas. Ao mesmo tempo, saímos daqui com a certeza de que o conhecimento da realidade é fundamental para o magistrado. Ganhamos todos com este evento”.
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