Justiça do Trabalho lança projeto de valorização do Professor

Idealizado por um casal de padrinhos-cidadãos, o projeto surge em um momento em que professores enfrentam a violência e o desrespeito, inclusive por parte de alunos, que estão perdendo a referência nesse profissional.
Foto com os membros do projeto
— Foto: ASCOM8

No Dia do Professor, comemorado nesta semana (15/10), o TRT8, por meio das Comissões de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem e do Trabalho Seguro, lançou o projeto "Super Professor" , uma iniciativa para valorizar o profissional da educação.                                                                                  

O lançamento ocorreu no Espaço da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem e contou com a participação dos desembargadores, que coordenam as comissões combate ao trabalho infantil e do trabalho seguro do TRT8, da juíza do trabalho, gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil, e de representantes de instituições parceiras como a gestora da Unidade SEDUC na Escola - USE 8 e o coordenador de RH da PROATIVA do Pará.                                     

Idealizado por um casal de padrinhos-cidadãos, o projeto surge em um momento em que professores enfrentam a violência e o desrespeito, inclusive por parte de alunos, que estão perdendo a referência nesse profissional.                                                 

Super-herói                                                                          

O gestor hospitalar Fábio Augusto Santos e a bacharel em Direito Leide dos Santos são padrinhos de adolescentes de 16 escolas no município de Ananindeua. "Através de palestras em escolas nós começamos a fazer um comparativo entre os super-heróis e os seus superpoderes e o poder que tem o professor na vida de um aluno.                                

O “Super Professor” surgiu dessa ideia de construir uma relação melhor entre professor e aluno. É preciso que o aluno enxergue o professor como um super-herói porque só assim ele pode vencer a violência, crescer como pessoa e realizar sonhos".        

"Esse conhecimento, que é repassado para o aluno, é o poder que eles vão ter para se desenvolver na sociedade. O aluno tem que respeitar o professor em sala de aula não como autoridade mas como uma pessoa que vai influenciar o seu futuro", disse Fábio.        

Oficinas                                                                  

O projeto será desenvolvido em etapas em escolas públicas estaduais. Alunos serão selecionados e participarão de oficinas de criação do personagem-professor. Nas oficinas, eles irão desenhar os professores nas mais variadas possibilidades de atuação na escola. 

Os desenhos farão parte de um concurso e serão julgados por uma comissão escolhida pelo TRT8, que vai escolher os três melhores desenhos. O edital do concurso será divulgado nas escolas públicas no período de 21 a 25 deste mês.                                  

Multiplicadores                                                           

A juíza Vanilza Malcher destacou a união entre as duas comissões do TRT8 para desenvolver essa ação que vai ao encontro das ações da Justiça do Trabalho em 2019. "Esse projeto merece aplausos porque é isso que queremos dos nossos padrinhos e voluntários, que pensem ações conosco e sejam multiplicadores desse grande movimento que nós desenvolvemos no âmbito do Tribunal em prol das crianças e dos adolescentes. Também lutamos por um trabalho seguro para todos. Então, a união das duas comissões neste momento se deve a essa questão da segurança que precisa haver no ambiente de trabalho dos professores e dos técnicos da educação".                                                           

Ao apresentar o projeto, a desembargadora Zuíla Dutra parabenizou todos os professores do Pará e disse que eles são a elite profissional. A desembargadora lembrou que os países que valorizaram os professores se tornaram países desenvolvidos e citou o exemplo da Finlândia, que ocupa o primeiro lugar no mundo em educação. "Não tem outro caminho para buscar o desenvolvimento que não seja valorizando o professor e valorizando a educação. Que este dia seja marcado pelo forte desejo de a educação brasileira seguir este rumo e assim nós possamos superar o clima de violência que atinge a todos nós".

O gestor do Programa Trabalho Seguro na Oitava Região, desembargador Walter Paro, propôs a interação de magistrados nas unidades educacionais para mostrar a experiência de vida. "É preciso direcionar a energia da juventude, que está sendo gasta para a violência e interagir com os jovens para que eles possam usar essa energia para o estudo, para o aprendizado e para um projeto de vida. Então, compete a nós redirecionar essa energia para fazer a diferença".

Violência nas escolas

O Pará registra em média 3 casos por dia de violência nas escolas, envolvendo alunos versus alunos e aluno versus professor. Também há registro de assédio moral e sexual, tráfico de entorpecentes e  exploração sexual. Situações que impactam e contribuem para o baixo rendimento dos alunos, defasagem, abandono e evasão escolar.