Cineclube Catavento realizou sessão de cinema no Espaço da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil no TRT8

Projeto encerrou as atividades do ano com a exibição de dois filmes paraenses.
FOTO: voluntários, padrinhos, jovens , juiz, desembargadora e cineasta.
— Foto: ASCOM8

Voluntários e padrinhos cidadãos da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT8 assistiram a dois filmes, na tarde de quinta-feira (28), dentro da programação do projeto Cineclube Catavento, que promove oficinas de audiovisual e exibição de filmes para estudantes de escolas públicas.

Realizado em parceria entre TRT8 e a Faculdade de Cinema e Audiovisual da UFPA, o projeto encerrou as atividades do ano de 2019 com uma sessão de cinema no Espaço da Comissão, que funciona no 1o andar do Bloco 3 do Tribunal. Foram exibidos os filmes "Promessa em azul e branco" e "Ervas e Saberes da Floresta" , produzidos e dirigidos pela cineasta paraense Zienhe Castro. Após a sessão, a diretora conversou com o público. "Achei incrível o projeto do TRT8. São essas ações que fazem a diferença. Usar o cinema como uma ferramenta de diálogo com esses jovens estimula a pensar os temas de uma outra forma. São filmes que de uma maneira lúdica tratam de questões necessárias e é muito importante mostrar para os jovens e fazer com que eles abracem essas causas de defesa da Amazônia que são importantes para as gerações futuras".


 

Parceria
 

A parceria entre TRT8 e UFPa, nesse projeto, existe desde 2017 e tem contribuído para a formação cultural e crítica dos afilhados do Projeto Padrinho Cidadão, que mobiliza centenas de voluntários na promoção de ações de educação e cidadania com o objetivo de desenvolver plenamente os jovens. "É uma parceria muito profícua, a Universidade vindo até a comunidade e o TRT8 se abrindo para a sociedade. Temos feito oficinas com jovens e já temos um acervo de filmes produzidos e isso é uma experiência muito rica para nós enquanto instituições e principalmente para os jovens que têm uma oportunidade de produzir conteúdo no celular e ganhar o mundo. É muito gratificante fazer parte e foi muito valioso esse desfecho com a presença de uma realizadora do audiovisual local", disse o Juiz Vanilson Fernandes.
 

A desembargadora Zuíla Dutra, gestora regional da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT8 se emocionou ao lembrar da avó. "O filme sobre as plantas medicinais me fez entrar no túnel do tempo para ver minha avó Julieta ajudando na cura de tantas pessoas com remédios preparados à base de plantas da Amazônia".Para a desembargadora iniciativas como o Cineclube ajudam na formação dos jovens. "Os dois filmes exibidos foram muito importantes na formação do pensamento dos afilhados e padrinhos que estiveram presentes ao evento, sobretudo porque estamos vivendo um tempo de muita intolerância e questionamento a respeito da diversidade de raças e da cultura do Brasil e, de modo especial, da importância dos saberes da Amazônia para o povo desta região. O debate mostrou a relevância do tema e despertou visivelmente o interesse de adolescentes e jovens presentes".
 

A voluntária Márcia Alves participa das ações do Cineclube Catavento no Núcleo de Educação Popular do Benguí desde 2018 e disse o quanto o projeto foi importante para os jovens do bairro que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio cujo tema da redação em 2019 foi "Democratização do acesso ao cinema no Brasil". "Nós tivemos vários jovens que fizeram a prova do ENEM e eles disseram que o Cineclube ajudou muito todos eles porque falou sobre o cinema e ficou mais fácil executar a redação em 30 linhas".


 

Produção audiovisual
 

Durante o bate-papo, a cineasta Zienhe Castro contou como ocorre a realização de um filme e as etapas da produção audiovisual ressaltando que a indústria do cinema é um importante mercado de trabalho e movimenta a economia do país. "Esses jovens podem entrar nesse mercado de trabalho e podem se apropriar dessas ferramentas e através delas se relacionar com o mundo e também, através delas, ter o seu sustento,de uma maneira digna, um ofício digno e eu acho incrível participar disso".
 

Coordenado pela professora do Curso de Cinema e Audiovisual da UFPA, Angela Gomes, os organizadores do Cineclube Catavento aproveitaram a sessão de cinema no TRT8 para lançar uma cartilha ilustrada em quadrinhos que mostra as etapas de uma produção audiovisual e o canal no Youtube onde os jovens postam os vídeos que estão realizando nas oficinas do projeto. "O projeto se fortalece a cada atividade, a cada sessão ou oficina que fazemos, porque encontra um público interessado, que permite uma troca de aprendizado, vivência e saber, por todos, em vários aspectos. E para marcar o encerramento deste terceiro ano de atividade lançamos o canal no YouTube, que será o repositório dos filmes produzidos nas oficinas e a cartilha para ser utilizada e distribuída nas oficinas do projeto. Isso mostra que o Cineclube Catavento cresce, amadurece e se consolida a cada ano, e como projeto de extensão da UFPA, segue cumprindo sua missão de fazer essa conexão da universidade com a comunidade externa".

Cineclube Catavento
 

É um Projeto de Extensão do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Pará, iniciado em 2017, realizado em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e se soma a um conjunto de estratégias do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho no Pará e Amapá.