Roda de Conversa sobre "Acessibilidade e Inclusão no Ambiente de Trabalho" complementa curso oferecido pelo TRT8

Programação contou com participação de integrantes da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal
Imagem da reunião que marcou a Roda de Conversa
— Foto: ASCOM8

Foi realizada nesta segunda-feira, 05 de julho, a Roda de Conversa “Acessibilidade e Inclusão no Ambiente Jurídico”, organizada pela Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. A ação integrou as atividades do curso homônimo, disponibilizado pelo TRT8 a magistrados e servidores. A programação foi transmitida pelo Campus Virtual do TRT8.

 

As participantes da Roda de Conversa foram a juíza do Trabalho Camila Afonso de Nóvoa Cavalcanti, coordenadora da Comissão, e a servidora Luisa de Souza Leão Almeida, deficiente visual e também integrante da Comissão. O evento foi iniciado pela Coordenadora da Assessoria de Desenvolvimento de Pessoas, Carolyne Soares de Castro, que desejou boas vindas a todos os presentes e afirmou que o curso tem o objetivo de “compreender o debate e o contexto histórico da pessoa com deficiência no poder judiciário, e conhecer a legislação referente ao tema, para que isso possa ser aplicado no cotidiano”.

 

Por sua vez, a coordenadora da Comissão, juíza Camila Cavalcanti, ressalta os pontos positivos da criação desta: “isso só é possível caso os magistrados e servidores nos passem as demandas necessárias para a nossa discussão”, disse a magistrada. Ainda de acordo com ela, "existem diversas barreiras, tanto físicas quanto de conhecimento, para a completa integração dessas pessoas".

 

Como mediadora da Roda de Conversa, a servidora Luisa Leão pontuou a importância do curso e da roda de conversa em diversos aspectos. Após a apresentação dos participantes, ela realizou uma dinâmica de perguntas e respostas sobre o conceito de pessoa com deficiência e projetou um vídeo feito por uma influencer sobre as dificuldades de pessoas com deficiência em relação à sua vida “pública” e os julgamentos de terceiros em relação às suas próprias limitações. Completando a ideia, Luisa diz que “é como se todas as características de um indivíduo fossem derivadas do fato dela possuir deficiência”. O servidor Igor Zwicker, que também possui deficiência visual, comparou esta situação com a de grupos vulneráveis, envolvendo gênero, etnias, e orientação afetiva. Para ele, “tudo isso se resolve com uma visão de igualdade”. Para o servidor Danilo Barbosa, da DIGER, por sua vez, “esta inclusão precisa acontecer em todos os âmbitos do ambiente de trabalho, e não apenas nas resoluções”.

 

A Roda de conversa gerou uma série de sugestões para a Comissão de Acessibilidade e Inclusão, como o repasse de informações prévias em relação aos colaboradores com deficiência do TRT8. Luisa Leão afirmou, por sua vez, que é preciso ir além nesta catalogação, informando quais são suas características gerais, muito além de sua deficiência. Ela citou seu próprio exemplo, afirmando que sua ambientação no Tribunal foi “diferente das demais”. Passou também por problemas no seu dia-a-dia, como o impedimento de sua permanência em determinados espaços por conta da companhia de sua cão-guia: “Nós, que possímos alguma deficiência, por conta de reflexos de uma sociedade não-inclusiva, somos acostumados desde sempre a ‘nos virarmos’, tirando uma conclusão capacitista da realidade”.

 

Camila, utilizando-se de seu lugar de fala como mãe de uma pessoa autista, externa as dificuldades em incluir obrigações na acessibilidade de espaços e serviços, e afirmou que “é uma obrigação, e não uma opção, incluir todas as pessoas, seja qual for a situação”. Atitudes endossadas por outra participante da Roda, a juíza Erika Bechara. Em complemento, a servidora se emocionou ao relembrar o exemplo de pessoas que não se aceitam deficientes por reflexo dos pensamentos da sociedade para frisar a importância do acolhimento destes no ambiente de trabalho e os autonomizar para ela, “a solução para isso precisa ser coletiva e cultural. Não são as pessoas que precisam se adaptar à sociedade, e sim o inverso”.

 

Danilo sugere uma conversa entre comissões para avaliar situações comunicantes em relação à acessibilidade, abrangendo sustentabilidade - aproveitando a presença da Coordenadora da Comissão Permanente de Responsabilidade Socioambiental do TRT8, Juíza Roberta Santos - e outras áreas.

 

Vale lembrar que a gravação do curso segue disponível aos inscritos no Curso, que está disponível no Campus Virtual do TRT8.