Roda de conversa destaca o trabalho das intelectuais negras e intérpretes do Brasil

O evento foi promovido pela Ejud e voltado aos magistrados
Roda de conversa sobre Racismo realizada de forma virtual.
— Foto: ASCOM8

A manhã de sexta-feira (09), foi de conhecimento, reflexão e mudança de atitudes no que refere à questão do racismo estrutural. A Roda de Conversa promovida pela Escola Judicial (Ejud) do TRT8 iniciou com apresentação da professora doutora da UFRJ, Giovana Xavier. "Estar neste evento e saber que tem uma escola judicial abordando essas questões de enfrentamento do racismo é motivo de alegria e esperança", comemorou a professora.

 

A realização do evento é resultado do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Estudos EJUD8 Nº 8, coordenado pela juíza do Trabalho Elinay Ferreira e composto pelos juízes Lea Sarmento, Otávio Ferreira, Larissa Carril, Núbia Guedes, Odaíse Benjamim, Igo Correa, Ubirajara Fontenele e Jonatas Andrade.

 

A professora iniciou apresentando um quadro informativo sobre a história intelectual de mulheres negras, uma árvore genealógica em que destacava as intérpretes do Brasil entre elas estavam: Carolina Maria de Jesus, Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo, Lúcia Xavier entre outras.

 

Uma dinâmica com os participantes sobre "eu e a minha cor" marcou a roda de conversa. Alguns compartilharam experiências pessoais. A juíza do trabalho do TRT4, Graziela Lacerda, que também foi facilitadora do evento, falou da experiência como magistrada e a realidade na sua região. "Nós do TRT4, somos mais de 200 juízes e não temos nenhum juiz negro. Estamos desenvolvendo um projeto de memórias e resistências dos juízes negros no Tribunal. Pela minha pesquisa de mestrado pude falar deste perfil da magistratura", conta a juíza.

 

A Roda de Conversa promovida pela Escola Judicial foi um lugar de escuta para todos os magistrados. A juíza Adria Lena Furtado Braga, do CEJUSC de Macapá, afirmou que participou do evento para ouvir e refletir. "O motivo de estar aqui hoje é adquirir mais conhecimento, não tenho o mesmo percurso que as palestrantes de hoje relataram aqui. Só juíza há sete anos e hoje vim para o lugar de escuta. Agradeço a oportunidade. Foi bom absorver tanta coisa importante neste dia", comemora.

 

A juíza Elinay Ferreira, que coordena o Grupo de Estudos nº 8 da Ejud, conclui que todos os magistrados podem fazer a diferença no enfrentamento ao racismo. "Nós, como juízes podemos fazer a diferença, voltar para a sala de audiência e ter a compreensão do problema do racismo estrutural e fazer o que for possível todos os dias para combater", finaliza.

 

Confira as fotos da Roda de Conversa sobre Racismo Estrutural.