Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil foi marcado com grande evento realizado pelo TRT8.
O evento organizado pelo TRT8, por meio de sua Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, contou com a participação de 14 instituições parcerias e levou centenas de pessoas à Praça Brasil, localizada em frente à sede do Tribunal, em Belém, para falar sobre os males do trabalho infantil e conscientizar a sociedade do seu papel na mudança dessa triste realidade.
No evento que ocorreu pela manhã, crianças, jovens e adultos puderam conhecer melhor os projetos desenvolvidos pela Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, em parcerias com diversas instituições, além de desfrutar de serviços oferecidos pelas organizações que apoiaram o evento. Entre os serviços oferecidos estavam a emissão de documentos, consulta jurídica, exibição de vídeos e documentários, teatro de fantoches, grupos de dança, entre outros.
O evento contou com a apresentação do músico Salomão Habib, que executou pela primeira vez uma música de sua autoria, tratando do tema do combate ao trabalho infantil. O músico foi acompanhado do coral de crianças do colégio Universo. Houve, ainda, apresentação cultural de carimbó dos alunos da escola pública Waldemar Ribeiro, vizinha do Tribunal.
Estavam presentes no evento magistrados, servidores, alunos de escolas públicas e privadas, advogados, participantes dos projetos desenvolvidos pela comissão, como o Cine Clube e Projeto Acadêmico Padrinho Cidadão, além do público externo frequentador da praça.
A presidente do TRT8, desembargadora Suzy Koury, ressaltou que o trabalho preventivo que o TRT8 realiza é um dos pontos mais importantes da atuação do Tribunal. “Neste trabalho nós estamos investindo no futuro, estamos investindo na inexistência de conflitos, em um país mais desenvolvido, que respeite suas crianças, o trabalho humano, respeite seus idosos, assim nós conseguiremos o desenvolvimento. É uma obrigação de todos os entes públicos, e o Tribunal tem essa obrigação e a cumpre muito bem pela comissão, através da desembargadora Zuíla Dutra e Vanilza Malcher, com parcerias relevantíssimas”, destacou a presidente.
A desembargadora Zuíla Dutra, Gestora Regional da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, afirma que é essencial compreendermos que, enquanto ainda houver exploração do trabalho infantil, é necessário fazer a conscientização da sociedade sobre o tema. “É um dia de mobilizar esforços para tentar conscientizar a sociedade sobre os males provocados pelo trabalho infantil, que comprometem o futuro da criança em razão da falta de qualificação, porque o trabalho, como regra geral, faz evadir-se da escola, e mesmo aqueles que continuam não têm uma qualificação adequada para ter uma vida decente. Então é importante que a gente mobilize ações nesse dia para que a gente chame atenção da sociedade que o trabalho infantil existe, está aí, e nós não podemos ficar de braços cruzados”, afirma a desembargadora que também integra a Comissão Nacional de Combate ao Trabalho Infantil.
O combate ao trabalho infantil é uma das principais causas apoiadas pelo TRT da 8ª Região, a Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem promove ações durante o ano inteiro para chamar atenção da sociedade para o tema, além de realizar e apoiar projetos que capacitem adolescentes, para que sejam inseridos no mercado de trabalho de forma legal.
Para a juíza Vanilza Malcher, integrante da Comissão e Gestora Regional do programa, é importante que o combate ao trabalho infantil seja realizado diariamente, com um trabalho contínuo a ser feito durante o ano inteiro. “Hoje nós apenas nos reunimos na Praça Brasil com 14 parceiros que estão conosco, para reafirmarmos a luta e a nossa união, porque nós entendemos que juntos nós sempre somos mais fortes e conseguiremos erradicar esse mal que assola a nossa sociedade. É um mal não só para a criança e para o adolescente, mas para toda sociedade que é atingida pelo efeito do trabalho infantil”, apontou a magistrada.
O Projeto Acadêmico Padrinho Cidadão busca diminuir os índices do trabalho infantil e incentivar a aprendizagem de adolescentes e jovens na faixa entre 14 e 17 anos. Leticia Brito, ”afilhada” do projeto, conta que aprendeu e evoluiu desde que entrou no projeto. “O Projeto Acadêmico Padrinho Cidadão nos ensina que o trabalho infantil prejudica muito a criança e o adolescente, porque a criança perde toda a infância dela vendendo água no sinal, por exemplo. O projeto influenciou muito na minha vida porque eu sabia em tese sobre os meus direitos, mas não ao todo. Eu era muito leiga em relação aos meus direitos e lá eu pude aprender muitas coisas com os profissionais que vão lá."
O catavento é o símbolo mundial de combate ao trabalho infantil, e traz um toque lúdico para o símbolo da campanha. No evento de ontem, com a participação de 100 alunos da escola Waldemar Ribeiro, de Belém, foi formado um cata-vento humano que girou sob o céu azul que fazia. O primeiro catavento humano (no entanto estático) no Brasil foi registrado em 2014, na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, onde participaram cerca de mil pessoas, em atividade organizada pelo Fórum Nacional para a Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI). O diferencial do mosaico formado na Praça Brasil é que ele foi o primeiro a girar e formado exclusivamente por jovens alunos de escola.
Pela parte da tarde a programação aconteceu na Escola Salesiana do Trabalho, com palestras e dinâmicas para crianças e adolescentes.
Veja as foto do evento, aqui.