Encontro de Responsabilidade Social do TRT8 aborda temas como a inclusão e a segurança no trabalho.
O encontro foi desenvolvido pela Comissão Socioambiental e pela Coordenação do programa Trabalho Seguro, em parceria com a Escola Judicial e com a ECAISS.
A mesa de abertura do evento foi composta pela desembargadora do Trabalho Rosita de Nazaré Sidrim Nassar, no exercício da presidência, pelo procurador-chefe do MPT - PA/AP, Paulo Isan Coimbra e pelo juiz do trabalho substituto e coordenador do Programa Trabalho Seguro, Octavio Bruno da Silva Ferreira.
O primeiro painel teve o tema “Políticas de inclusão no mercado de trabalho”, e foi composto pela juíza do trabalho da 2ª Região, Mylene Pereira Ramos e pela procuradora do trabalho de São Paulo, Valdirene de Assis. Ambas possuem um histórico de lutas pela inclusão no mercado de trabalho para ampliação de acesso e inclusão da população negra e LGBTTIQ, com destaque para o público trans.
A magistrada Mylene Pereira Ramos destacou a importância de se falar sobre os efeitos nocivos da desigualdade nos diversos meios da sociedade. Segundo ela, debater com toda a população é importante para a conscientização sobre as consequências do racismo e da desigualdade. “Racismo e discriminação são problemas para a sociedade toda, não apenas nosso problema, dos negros. É um problema que afeta a todos de forma profunda, nós temos mais de 50% da população brasileira que não tem os mesmos direitos que a outra porcentagem da população que não é negra. Isso causa desigualdades, problemas sociais”, afirmou a magistrada.
Em seguida, a procuradora do MPT de São Paulo e Coordenadora Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho, Valdirene de Assis, falou sobre a empregabilidade e inclusão social de pessoas transgênero no mercado de trabalho. “É necessário trabalhar a conscientização da necessidade, o direito do outro e as outras pessoas que são cidadãos e cidadãs também”, destacou a procuradora.
Açaí
O segundo painel do dia abordou o açaí sob dois pontos de vista. A primeira palestra do painel foi do professor Francisco de Assis, do Núcleo de Estudos Altos da Amazônia, da UFPA. O professor explicou sobre a economia do açaí mostrando todo o impacto e a geração de recursos que essa cadeia de negócio gera para o Estado, destacando os dados econômicos e o aumento da produção a partir da maior demanda do mercado nacional e internacional.
Em seguida o juiz Octavio Bruno da Silva Ferreira, gestor do Programa Trabalho Seguro, falou sobre os resultados observados na pesquisa realizada pelo Instituto Peabiru, financiada pelo TRT8, com recursos do programa, em que foi feito levantamento sobre o trabalho do "peconheiro", como é conhecido o apanhador do fruto, na cadeia do açaí. O magistrado destacou que na pesquisa foram identificados diversos pontos problemáticos na cadeia produtiva do açaí. “A pesquisa identificou o trabalho de extração do açaí como um dos mais precários existentes, identificou uma série de riscos para a saúde do trabalhador e também a existência de alto índice de trabalho infantil na atividade, o que prejudica o desenvolvimento físico e moral dessas crianças e adolescentes que, recebendo valores desde uma fase ainda não completa de desenvolvimento, gastam no consumo de bebida alcoólicas, na prostituição ou no uso de drogas. A pesquisa reflete um lado assustador e invisível na cadeia de negócio do açaí” ressaltou o juiz.
Direitos Animados
Na continuidade do evento, o TRT8 apresentou os vídeos da Campanha “Turma do Oitavinho - Direitos Animados”, uma série de animações de trinta segundos elaborada para veiculação na internet e em TVs e cinemas nos estados do Pará e Amapá. A campanha foi pensada pela equipe da Assessoria de Comunicação do TRT8 em parceria com o cineasta Cássio Tavernard, utilizando recursos do Programa Trabalho Seguro e da comunicação do TRT8.
A campanha tem o objetivo de falar de forma simples e direta sobre temas como o papel da Justiça do Trabalho, a importância do combate ao trabalho infantil e situações de risco para o trabalhador que podem ser denunciadas pelo aplicativo SimVida, desenvolvido pelo TRT8. Nos desenhos animados em tecnologia 3D, o Oitavinho, mascote do TRT8, ganha vida e interage com sua turma, formada pela “Tia Bel” e pela “Maria”, juntos pretendem conscientizar a população sobre esse temas pertinentes à Justiça do Trabalho.
O cineasta Cássio Tavernard foi quem desenvolveu os desenhos a partir de roteiros elaborados em conjunto com a equipe da Ascom do TRT8 e apresentou os vídeos no evento, destacando a importância desse processo de criação conjunto para chegar ao resultado final. Para ele a troca de informações com a equipe de Assessoria de Comunicação do Tribunal foi muito importante por trazer o conteúdo de maneira correta. “Foi um processo criativo junto com a ASCOM. Eles me davam uma demanda, eu fazia uma proposta de narrativa e eles iam me ajudando na maneira que essas informações precisavam ser tratadas para chegar diante do público. Tem a questão da limitação do tempo, às vezes temos muita informação pra colocar, e trinta segundos para contar essa história, mas no final acredito que tem muito do que a gente queria", finalizou.
Veja as fotos do evento, aqui.
Veja o primeiro vídeo da campanha “Direitos Animados” lançada pelo TRT8.