Jorgete Lemos, Diretora da ABRH Brasil com forte atuação em parceria com ONU e OIT, estará no evento de sexta-feira no TRT8.
De acordo com as estatísticas, o Brasil é o país que mais mata transexuais e travestis e possui maior nível de preconceito e ausência de políticas de inclusão desta população no mercado de trabalho. Os dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), revelam que apenas 10% de pessoas LGBTI+ trabalham com registro em carteira hoje no Brasil.
Mas, já existem no Brasil empresas que venceram o preconceito e inseriram essas pessoas no emprego formal, descobrindo os ganhos da diversidade como um valor nas suas organizações. “São empresas como as 57 signatárias da Carta de Adesão ao Fórum e aos seus 10 Compromissos da Empresa com os Direitos LGBTI, e outras como a GOL S.A, que abraça a individualidade de cada colaborador e age desta forma tendo como exemplo, Nicole Alonso, 34 anos, a primeira comissária de bordo trans do Brasil”, diz Jorgete Lemos, Diretora de Diversidade da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Brasil. Para ela, “são empresas inclusivas que não têm pessoas com comportamento transfóbico em seu processo de captação.”
Segundo Jorgete Lemos, graças a mentalidade de empresas como essas, as pessoas LGBTI+ não estão mais restritas a áreas como estética ou telemarketing. “Empreendimentos como o Transemprego, que em 4 anos cresceu 300% sua clientela, saindo de 12 empresas que se interessavam em contratar LGBTI+ em 2014, para 46 em 2018, impulsionam essas oportunidades como fonte de recrutamento desse público.”
No setor público há dificuldade em obter informações sobre o mercado de trabalho do público trans. Aqui em Belém, segundo informações da representante da Comissão de políticas Públicas LGBTI do Ministério dos Direitos Humanos, Bruna Lorrane, há pelo menos cinco servidores públicos transgênero atuando na prefeitura de Belém. “No setor público não há como acompanhar, pois os funcionários são admitidos por concurso e não há identificação da identidade e orientação sexual.”, declara Jorgete Lemos.
Para Lorrane, as políticas precisam ser de Estado e não de governo, para que tenham continuidade.”É preciso vontade política, mas também é necessário previsão orçamentária para criação e manutenção dessas políticas”, frisou Bruna.
Porém, no setor privado, os resultados são animadores. Empresas como a Atento, que tem 70 mil empregados no Brasil, emprega 1.100 transgêneros, usando nome social.
Em âmbito mundial, a Fundação Human Rights Campaign (HCR) lançou o programa de igualdade no ambiente de trabalho por meio do Índice de Igualdade Corporativa (Corporate Equality Index), a fim de avaliar as melhores companhias com políticas contra a discriminação e assédio em funcionários gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. O índice classificou cerca de 4.500 empresas e organizações americanas de acordo com suas políticas, benefícios e melhores práticas para LGBTs. Das mais de 300 companhias avaliadas em 100% neste ano, 72 se destacaram como os melhores ambientes de trabalho para empregados transexuais.
Veja a lista das 17 empresas com as melhores iniciativas e políticas contra a discriminação de profissionais LGBTI+: Accenture , Apple , AT&T , Cisco Systems, Dell, eBay, Facebook , Google , Groupon, HP , IBM , Microsoft, Oracle, Qualcomm, Salesforce, Sony , Yahoo.
Data: 19 e 22 de outubro de 2018
Hora: 8h Local: Auditório do TRT8 (Trav. Dom Pedro I, nº 746)
Inscrições:
Servidores e magistrados: MentoRH
Público externo: https://goo.gl/6VZ8QH
Clique aqui e assista ao video da Jorgete Lemos.
Assista a entrevista recente concedida sobre o tema no youtube.