Desembargadora Presidente do TRT8 ratifica posse de 12 novos juízes do Trabalho

Na cerimônia, discursos ressaltaram a importância da Justiça do Trabalho.
Foto: Sentadas: Presidente do TRT8 tendo ao lado as quatro Juízas do Trabalho. Em pé: os oito Juízes do Trabalho.
— Foto: ASCOM8

A Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região,desembargadora Pastora do Socorro Teixeira Leal, confirmou a posse dos 12 novos Juízes do Trabalho Substitutos aprovados no I Concurso Público Unificado da Magistratura Trabalhista. 

A posse foi realizada em cerimônia solene, na última sexta-feira (09), no auditório Aloysio da Costa Chaves, no edifício-sede do TRT8.  

A cerimônia contou com a presença de 11 desembargadores do trabalho membros da Corte; da Procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Cintia Leão; da Conselheira da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará, Ana Ialis; de autoridades militares, diretores de universidades e familiares dos empossados.

Ao declarar aberta a cerimônia, Pastora Leal se disse emocionada ao lembrar que a data coincidiu com os seus 30 anos de magistratura completados este mês.

Em seu discurso, a presidente ressaltou as dificuldades do exercício profissional em uma região marcada pela diversidade. "Temos um déficit enorme de magistrados substitutos. Inclusive não há magistrados para o total de vagas na região. É um tribunal imenso que abrange dois estados e se distingue por estar nessa majestosa região amazônica, cujas distâncias não são absolutas, pois para se chegar a Monte Dourado leva-se 36 horas de barco e avião, quando tem transporte. Então, esse é um dos grandes desafios. São cidades belíssimas por natureza, as pessoas são afetuosas,mas nós temos o grande desafio do acesso na região amazônica. Então, em tudo aqui se gasta muito mais. Essa é uma das grandes dificuldades".

A Presidente também destacou a qualidade com que a Justiça do Trabalho realiza sua atuação nos estados do Pará e Amapá."Além do desafio do tamanho da região, da diversidade da região,existe também o desafio de estar num lugar que eu e meus pares e todos aqueles que nos antecederam mantêm a tradição de fazer uma excelente prestação jurisdicional e fazer prestação jurisdicional é fazer justiça".

A procuradora-chefe do MPT, Cintia Leão, parabenizou os novos juízes e convidou-os a refletir sobre o cargo em meio a mudanças trazidas pela reforma trabalhista e o esvaziamento dos Direitos Sociais.

O Juiz do Trabalho Lucas Cilli Horta, que ficou em 1º lugar no último concurso realizado para a região,  fez o discurso de boas-vindas aos novos magistrados. E afirmou que o direito é luta. "Às vezes, o Direito precisa entrar em contato com a verdade, com a realidade nua e crua. Luta-se para criar o direito, mas luta-se ainda mais para aplicá-lo, mantê-lo e transformar assim a realidade social e espere encontrar realidades tão diversas que só um regional com dimensões continentais poderia abrigar".

O juramento de posse foi feito pela Juíza do Trabalho Marina Alves de Oliveira Assayag, de 32 anos, que saiu de Belém para assumir o cargo em Marabá. Em seu discurso, ela mencionou a trajetória vivida pelos magistrados desde a posse administrativa,os ensinamentos adquiridos durante o X Curso de Formação da Escola Judicial, as questões jurídicas que enfrentarão e destacou o acolhimento e o carinho com que foram recebidos no regional. "Nos ensinaram a ser juízes. A Ejud foi essencial para conhecermos uns aos outros, os sotaques e costumes que vão do Oiapoque ao Chuí", disse. "Agora a gente já sabe o que vai enfrentar porque já está atuando de forma efetiva. A gente tem certeza que quer fazer isso. Estou amando o que estou fazendo. Ser juíza para mim é muito melhor do que eu podia esperar. Eu faria tudo de novo para estar aqui", disse a magistrada que sempre estudou para ser juíza do trabalho.

SONHO CONCRETIZADO

Os novos juízes substitutos têm entre 27 e 37 anos. Eles entraram em exercício em junho de 2019 e já estão atuando nas Varas do Trabalho da oitava Região. 

A paulista Beatriz Brocchi, mãe do juiz Gustavo Brocchi , destacou a importância da Justiça do Trabalho e como o filho sonhava com esse momento. "Era um sonho dele, ele nasceu para isso, desde pequeno ele tem o comprometimento com a justiça, com o equilíbrio, com o ser humano. E ele se dedicou muito", festejou. Para Gustavo, todo o esforço para passar no concurso  está sendo recompensado. "O grande desafio do juiz atual, não só do estado do Pará, é conciliar efetividade com a celeridade e a qualidade. Entregar para o jurisdicionado um bom julgamento, em um tempo rápido e com efetividade. Até agora, eu só consegui ver os pontos positivos. Comecei em Santarém, lá fiquei um mês, é uma cidade apaixonante e agora estou indo para Macapá, que me parece igualmente agradável", disse confiante.

Para o Juiz Substituto do Trabalho, Felipe Araujo, conhecer a realidade trabalhista da região amazônica está sendo enriquecedor."O interessante é perceber que as demandas trabalhistas nesses locais são tão necessitadas de uma tutela jurisdicional eficaz quanto nas grandes indústrias. Talvez até mais porque nesses lugares, que são distantes dos olhos dos governos, as pessoas ficam mais necessitadas e isso eu tenho percebido porque o jus postulandi onde eu atuo corresponde a um terço da pauta. Então, as pessoas vêm à Justiça do trabalho postular que estão tendo os seus direitos sonegados. Então são as próprias pessoas que vêm. E o interessante é ver que quando a Justiça do trabalho está presente essas pessoas têm voz, têm demandas e têm necessidades que precisam ser tuteladas pelo Estado".

OS NOVOS JUÍZES

José Iraelcio de Souza Melo Júnior, 28 anos, natural de Castanhal (PA). Atuou como advogado em Castanhal e Belém. Foi assessor de juiz em Salvaterra (TJPA), na Ilha de Marajó, e Oficial de Justiça Avaliador (TJPA).  Está lotado na 3ª Vara do Trabalho de Parauapebas.

Nayara dos Santos Souza, 37 anos, natural de Vitória da Conquista (BA). Advogou para o Banco Bradesco até 2010 e para o Banco do Nordeste do Brasil até março de 2019. Foi lotada na 1ª Vara do Trabalho de 
Parauapebas.

Gustavo Elias de Morais Freitas,35 anos, nasceu em Recife (PE). Atuou como Técnico Judiciário no TRT9 e atuou como assistente de Juiz no TRT6. Foi lotado na Vara do Trabalho de Altamira.

Jessé Cenci, 32 anos, nasceu em Erval Grande (RS). Trabalhou no TRT 12,primeiro como Técnico Judiciário e depois como Analista Judiciário. É Juiz Substituto Volante.

Gustavo Ghirello Brocchi, 36 anos, nasceu em Campinas (SP).  Foi diretor de secretaria no MPT15 e assessor de desembargador no TRT15. Foi lotado como Juiz Substituto Volante.

Carlos Eduardo de Magalhães Mendonça Santos,28 anos, natural de Belo Horizonte (MG). Atuava como advogado. É Juiz Substituto Volante.

Larissa Cunha Barbosa e Silva, 31 anos. É paraense e foi analista judiciária no TRT8. Foi lotada na 2ª Vara do Trabalho de Parauapebas.

André Fernando Dos Anjos Cruz, 31 anos, é natural de Manaus (AM). No TRT11 atuou como Técnico Judiciário e Assistente de Juiz e no TRT14 foi Oficial de Justiça Avaliador Federal.

Marina Alves De Oliveira Assayag, 32 anos, Belém (PA). Trabalhou como assessora jurídica na iniciativa privada. Foi lotada na 2ª Vara do Trabalho de Marabá.

Fábio Luiz Pacheco, 36, de Porto Alegre (RS), atuou em escritórios de advocacia, prefeituras municipais, no TRE/RS, no TRT/MG, no TRF/4 e no TRT/RS. É Juiz Substituto Volante.

Felipe Vianna Rossi Araujo, 35 anos, é de Niterói (RJ). Era servidor do TRT1. Foi lotado na Vara do Trabalho de Redenção.

Rayssa Sousa Kuhn, 27 anos, natural de Goiânia (GO). É Juiz Substituto Volante.