Primeiro seminário da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do TRT8 discutiu direitos das pessoas com deficiência
O Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região realizou, na última sexta-feira (24), no auditório da Escola Judicial (EJUD), o seminário "Acessibilidade e Inclusão, o que tem a ver comigo?". O evento foi organizado pela Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (CPAI) com o objetivo de sensibilizar magistrados e servidores, bem como a sociedade em geral, para os direitos das pessoas com deficiência.
A desembargadora Sulamir Monassa de Almeida fez a abertura do evento, representando a presidente do TRT8, desembargadora Pastora do Socorro Teixeira Leal. Em sua fala, ela destacou a promoção de direitos no âmbito das instituições públicas."Quando nós nos conscientizamos que não há diferença entre os cidadãos nós vamos dar acessibilidade a eles. Para todos aqueles que sejam portadores de deficiência, que eles tenham o acesso que a legislação lhes permite como cidadão. É um direito de cidadania e é um dever das instituições promover esse acesso e inclusão".
A presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (CPAI), Juíza do Trabalho Elinay Melo, ressaltou que este foi o primeiro seminário realizado após a criação da Comissão, instituída em junho de 2018. "Que bom que nós temos esse papel de uma Justiça Social. A criação da CPAI é uma meta do CNJ e a nossa Comissão foi criada e estamos podendo, em tempos difíceis, inclusive orçamentários, com o apoio do Tribunal, realizar um evento como esse, que tem essa preocupação social".
Com a ajuda de especialistas na área, a programação discutiu questões importantes sobre a temática, como os direitos e as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência. A professora doutora do Curso de Psicologia da UFPA, Aline Beckmann, destacou os avanços na concessão de direitos. "A Lei Brasileira de Inclusão trouxe poucas novidades, mas conseguiu agregar vários direitos dispersos na legislação e sistematizá-los de uma maneira que favorece inclusive que as pessoas reivindiquem esses direitos. Eu acho que isso tem sido uma conquista muito grande a custa de muito movimento das pessoas com deficiência. O que eu acho que nós ainda temos a avançar é na inclusão propriamente dita, ou seja, nesses processos de relações interpessoais, realmente perceber a demanda do outro e aceitar esse outro como ele é. Integrar já é um grande ganho. Essas pessoas estarem nas escolas, no mercado de trabalho, mas agora elas precisam conseguir participar com qualidade, com respeito, ativamente".
Toda a programação contou com a participação de quatro estudantes do Centro de Atendimento a Surdez, da Seduc. Felipe Dias, Natália Barbosa, Fabianny Aleixo e Tatiane Melo cursam estágio supervisionado no CAS e foram responsáveis pela tradução simultânea em linguagem brasileira de sinais (Libras).
A Técnica Judiciária do TRT8, Luíza Leão, tem deficiência visual e se locomove com a ajuda de um cão guia. Integrante da Comissão, a servidora destacou a importância do debate na Oitava Região. "A inclusão é uma responsabilidade de toda a sociedade. Então, quanto mais a gente conseguir promover eventos que façam as pessoas refletirem o que inclusão tem a ver com elas, pensando que elas irão lidar com pessoas com deficiência em todos os tipos de ambientes e que as suas atitudes, a sua postura e o que elas pensam sobre as pessoas com de eficiência vai fazer diferença para essas pessoas, eu acho que é melhor para sociedade, é melhor para todo mundo".