Projeto Ninho da Coruja encerra atividades com evento no TRT8

A programação contou com a presença de desembargadores, juízes e servidores do Tribunal, além de voluntários e parceiros do projeto.
todos em pé no auditório em posse dos certificados em uma parde branca
Parceiros do Projeto Ninho da Coruja— Foto: ASCOM8

A Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT8 realizou, sexta (8), às 9h, no auditório da Escola Judicial (EJUD), a cerimônia oficial de encerramento das atividades do Projeto Ninho da Coruja, que desenvolveu ações de conscientização e cidadania sobre o trabalho infantil no barracão da Escola de Samba da Matinha, no bairro de Fátima, em Belém.

O evento foi aberto pela presidente do TRT8, desembargadora Pastora Leal, que ao falar para o público formado por voluntários, parceiros e padrinhos cidadãos do projeto, lembrou o tempo em que foi professora de escola pública e contribuiu com a educação de jovens. A desembargadora disse que só a educação liberta e destacou a importância da atuação do TRT8 no combate ao Trabalho Infantil. "Esse projeto tem o grande mérito de tornar visível aquilo que na sociedade tem sido invisível. A invisibilidade dentro de casa já é dolorosa. Na sociedade,existem categorias que ficam marginalizadas e essa invisibilidade não é ruim apenas para quem é invisível para a sociedade. Cada criança que é explorada é menos um pra contribuir para a melhoria da sociedade. É mais um que vai ser capturado pelos grupos criminosos porque a sua vida perdeu o sentido".

A presidente ressaltou que a criança tem o direito de brincar e o carnaval é essa brincadeira."A Matinha traz efetivamente para o olhar da sociedade aqueles que estão excluídos, principalmente as crianças e os adolescentes. Esse projeto tem o mérito de conscientizar. É preciso ficar consciente e agir, não basta que saibamos do problema. Cada um de nós tem essa participação. Uma instituição como a Justiça do Trabalho cria essas possibilidades como a Comissão de Combate ao Trabalho Infantil para ser um copartícipe. Todos podem agir. O projeto está de parabéns nas pessoas que o fazem, Dra. Zuíla Dutra e Dra. Vanilza Malcher, que vestem a camisa e vão a campo."

A programação contou com a presença de desembargadores, juízes e servidores do Tribunal, além de voluntários e parceiros do projeto. A empresária Angela Sicília, que é dona de restaurantes em Belém, doou fantasias para os afilhados do projeto."Minha empresa já faz parte dessas ações da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil. Sou madrinha de uma ala. Tenho filhos e vejo o quão é importante ter a oportunidade de estudar e de brincar. E acho que é através do carnaval, da festa,que a gente conscientiza as pessoas."

O representante da Federação do Comércio, Walmyr Santos, também prestigiou o evento."Nós estamos há muitos anos nesse programa de combate ao trabalho infantil. Esse é o nosso foco. Estamos muito felizes de participar das ações do projeto Ninho da Coruja".

Durante o evento, a desembargadora Zuíla Dutra explicou como surgiu a ideia de realizar o projeto na Matinha onde mais de 50% das crianças e adolescentes trabalham. "Com as ações do projeto, a Escola de Samba deixou de ser apenas um espaço de samba e se transformou em um espaço de cidadania". Zuíla Dutra também destacou o fato do samba enredo ser inédito no Brasil. "Nunca uma Escola de Samba do primeiro grupo levou o tema do trabalho infantil para a avenida".

A Gestora Regional do Programa de Combate ao trabalho Infantil, a juíza do trabalho, Vanilza Malcher, apresentou os resultados do projeto Ninho da Coruja, que iniciou em março de 2018 e realizou diversas oficinas e cursos no Barracão da Matinha levando cidadania para a comunidade do bairro de Fátima. Autora do samba da escola, a juíza detalhou todas as ações desenvolvidas no barracão durante um ano. Emocionada, lembrou da avó que foi moradora do bairro. E disse que a ala que trata dos direitos das crianças teve todas as fantasias doadas para os afilhados do projeto.

Ao final, os parceiros receberam certificados do Tribunal por toda contribuição dada ao projeto e a Bateria da Escola de Samba da Matinha apresentou o samba enredo da escola para o Carnaval 2019 que tem como tema "No Ninho da Coruja, A Criança e o Adolescente têm Direito de Sonhar!". Na avenida, a escola retratará as formas de exploração da mão de obra infantil como o trabalho nas carvoarias, nos semáforos, a exploração sexual entre outras atividades que até hoje existem na sociedade e usam a força de trabalho de criança e do adolescente.

Exposição

A partir desta segunda (11) doze fantasias da Escola, que desfilará no dia 23 de fevereiro na Aldeia Amazônia com 15 alas e mais de 1200 brincantes, ficarão expostas no Shopping Castanheira, em Belém. A exposição poderá ser vista até o dia 21 de fevereiro na Praça Central do shopping, no 1º piso. Na semana passada, as fantasias estavam expostas no hall do edifício sede do Tribunal e no hall do Fórum Trabalhista da capital.

Carnaval

As pessoas que quiserem contribuir com o carnaval da Matinha podem participar, aos domingos, de animados arrastões promovidos pelos carnavalescos da Escola no bairro de Fátima. Nesse domingo(10), a Escola promoveu seu 5º arrastão com a presença do sambista carioca Pixulé, intérprete oficial do samba. A Universidade da Amazônia(UNAMA), que é parceira do projeto, participou realizando o trote solidário. Calouros doaram alimentos para a Matinha. A programação começa sempre a partir de 17h na Avenida Castelo Branco com a Travessa Antônio Barreto.

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