No Dia Nacional da Adoção, Servidores do TRT8 contam histórias de amor pelos filhos adotivos
A Lei nº 10.447, de 9 de maio de 2002, instituiu o 25 de maio como data oficial de celebração do Dia da Adoção no país. Por se tratar de um ato jurídico que estabelece a filiação, a adoção garante direitos fundamentais para crianças, adolescentes e jovens que são reconhecidos como filhos, mesmo não tendo sido gerados biologicamente.
No Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região existem histórias comoventes de adoção que buscamos compartilhar com todos que integram nossos públicos interno e externo, buscando evidenciar a importância deste ato de amor.
Regina Uchôa, diretora da Secretaria Administrativa, estava com 38 anos quando adotou Renan, com apenas 40 dias de nascido. Ela conta que acompanhou todas as fases da vida do filho e que o amor foi construído desde o dia em que foi no abrigo buscar aquela criança indefesa. "É um amor inexplicável, imensurável. Você aprende o que é um amor sem limites, um amor incondicional por esse ser que você agora é responsável. Você começa a ter um outro olhar para a vida. Diante dos problemas sociais, o menor abandonado, a criança pedindo no meio da rua, o trabalho infantil, a partir do momento que você é mãe você começa a ter uma sensibilidade maior, e pensar que poderia ser o seu filho que estaria ali, se não tivesse sido adotado".
Hoje, aos 18 anos, Renan é um adulto que cresceu cercado do carinho, proteção e de condições para desenvover seu potencial na vida, e retribui todo o amor que recebeu. "Quando me adotaram senti que me adotaram por carinho, uma família em que todos gostavam de mim, me tratam bem, onde me sinto muito acolhido. Sou agradecido pela família que tenho, estruturada, com condições de vida. Eu ganhei uma família boa. Amo minha mãe, minha avó, todos me acolheram com carinho. É uma sensação boa poder participar dessa família".
Regina considera muito gratificante ser mãe, independente da forma que passou a integrar a sua vida. "O amor se constrói, se vive, se sente. Meu filho é negro, já sofreu racismo, é autista, já passou por muitas discriminações. Eu tive de trabalhar a inclusão, defender com unhas e garras, é um aprendizado. Isso me fez crescer como pessoa, e eu continuo crescendo a cada dia".
Casada há mais de 30 anos, Helaine Carvalho, diretora da Secretaria de Gestão de Pessoas, conta que mesmo após diversas tentativas e tratamentos de fertilização in vitro, não conseguiu engravidar. Após 3 anos e meio na fila da adoção, ela e o marido já estavam prestes a desistir, quando receberam um telefonema do Juizado da Infância lhes informando que havia uma criança para adoção.
Luna tinha apenas 26 dias de vida quando entrou na vida do casal. A mãe biológica tinha uma síndrome e acabou doando o bebê. "Não tínhamos mais esperança, não tínhamos comprado nada e fomos buscar a criança no abrigo. No mesmo dia saímos pra comprar uma mamadeira, um carrinho e fraldas". No trabalho, os colegas fizeram chá de bebê e Luna ganhou muitos presentes.
Hoje Luna está com oito meses e transformou a vida de toda a família. "A Luna é um anjo pra gente, uma menina boa, tranquila. É muito esperta e trouxe muita alegria para toda a nossa família, porque todo mundo ficou muito apaixonado por ela". Sobre ser mãe, Helaine se emociona ao falar. "Mudou totalmente a nossa rotina, uma vida monótona para uma vida cheia de amor e carinho. Agradeço a Deus, porque ela me faz muito bem. É uma sensação maravilhosa ser mãe"
Assessor jurídico do TRT8, o servidor Igor de Oliveira Zwicker também vive a experiência da adoção. Ele e o marido ingressaram com a habilitação em setembro de 2016, e, quatro meses depois, entraram no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). O bebê veio em fevereiro de 2020 por entrega voluntária prevista no art. 19-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "A pessoa que o gerou manifestou interesse em entregá-lo, sendo ela encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. Após o magistrado decretar a extinção do poder familiar, determinou a colocação do nosso filho sob nossa imediata guarda".
A fase da ansiedade passou e agora o casal aguarda o processo definitivo da adoção. "A espera, agora, resumir-se-á à forma (certidão de nascimento); o conteúdo material – o milagre da vida e do amor – já aconteceu". Juntos há 13 anos, Igor e Arthur são o primeiro caso de adoção homoafetiva no âmbito da JT8. Para contar isso, ele cita Michelle Obama. "Certa vez, em um bate-papo com jovens estudantes negros, ela disse: 'Não podemos esperar a igualdade do mundo para começar a nos sentir vistos. Estamos longe disso. Não dá tempo'.”
A legislação dos servidores públicos civis da União (Lei n. 8.112/1990) garantiu o direito à “licença-natalidade” de 180 dias para organizar a casa com a chegada do bebê. "Não há tarefa “de mulher” ou “de homem”, ambos trabalhamos fora, sustentamos a casa, cuidamos das tarefas domésticas e amamos, na prática, o nosso filho".
Agora, os dois já fazem planos para aumentar a família. "Talvez concebamos mais um ou dois filhos, por adoção. Posso afirmar-lhes, sem titubear: convivo com meu bebê há pouco mais de três meses, e ele já me absorveu, amorosamente, por completo. É toda a minha vida, é a minha razão de viver. Se vocês pudessem entrar no meu coração por um reles segundo, e viver o que estou vivendo, sentir o que estou sentindo, estariam todos, em algum momento, na fila de adoção".