Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do TRT8 realiza roda de conversa

Ascom foi a primeira área a receber as integrantes da CPAI
O evento foi realizado no formato híbrido com a equipe da Ascom
— Foto: ASCOM8

 

Uma roda de acolhimento e diálogo para que os presentes possam entender o significado de acessibilidade e deficiência. Esse foi o objetivo do encontro realizado na Ascom do TRT8, que reuniu representantes da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, servidores, terceirizados, estagiários e jovens aprendizes que atuam na Assessoria de Comunicação Social do TRT8, no último dia 22.

Realizada em novembro, a roda de conversa contou com a presença da juíza do Trabalho Camila Afonso de Nóvoa Cavalcanti, que preside a Comissão, acompanhada da técnica judiciária do TRT8, Luíza Leão, que tem deficiência visual e integra a CPAI. O objetivo da roda, realizada em formato piloto na Assessoria de Comunicação, é promover o diálogo aberto nas áreas do tribunal sobre as dúvidas acerca das questões que envolvem as pessoas com deficiência e suas necessidades. "Nós temos que ampliar esse olhar, acolher e tratar com respeito, fazer uma ação educativa para que todos tenham empatia pelo próximo. Eu venho aprendendo, dialogando, melhorando o ambiente para a gente e para quem chega", pontuou a servidora Luiza Leão.

Durante a roda de conversa, a juíza do trabalho, Camila Cavalcanti, solicitou que cada um emitisse sua opinião sobre o que entende pela palavra deficiência. A jornalista da equipe da Ascom, Andreza Gomes, surpreendeu falando sobre a sua deficiência auditiva, que possui desde a infância e sobre a qual nunca havia conversado com ninguém da equipe. "Hoje, com 45 anos, e agora que todos estão usando máscara, fica cada vez mais difícil na minha profissão lidar com a deficiência e fazer que os outros entendam como precisamos deste acolhimento e empatia".

O jovem aprendiz Jodielson Costa, de 16 anos, ao ouvir a juíza falando que não devemos esconder as diferenças, a deficiência. Quem tem que mudar é a sociedade, fez um relato emocionante. "Eu escondo a minha deficiência, e sofro preconceito na escola, perdi um dedo ainda criança em consequência do trabalho infantil", explica. Vitor Costa , 20 anos, jovem aprendiz da Ascom que atua na área de registro fotográfico, é uma pessoa com deficiência intelectual e relatou como sofre preconceito entre os colegas da escola, "eu achava que eles iriam me entender e apoiar, mas não foi isso que aconteceu, e tudo fica bem mais difícil assim".

Equipe da Ascom durante a roda de conversa com a Comissão de Acessibilidade e Inclusão do TRT8.

Mudanças no dia a dia - A servidora Luiza Leão apontou que a sua deficiência visual não a atrapalha em nada em ter uma rotina normal tanto no trabalho, quanto na rua e em casa.

A magistrada Camila Nóvoa foi enfática ao dizer que "todas as pessoas com deficiência podem ser o que quiserem ser. Nós não precisamos mudar e sim a sociedade, precisamos ter empatia, acolher e se colocar no lugar do outro. Olhar com amor, compaixão. É uma luta diária no trabalho, na escola, para mostrar para a sociedade que a deficiência não é um problema. Somos muito egoístas, temos que respeitar a dor do outro e se unir já que nós somos maioria", finalizou.

Luiza Leão destacou que as mídias sociais e sites ainda pecam muito na questão da acessibilidade. "Na descrição da imagem tem que ser detalhadamente para que podemos ter acesso. Existem alguns programas e aplicativos de acessibilidade", conta.

Ao final, o assessor de Comunicação Social do TRT8, Edney Martins, agradeceu a presença da magistrada e da servidora e ficou feliz em poder participar deste momento presencial em debate importante e necessário. "Agradeço a presença e o tempo dedicado a essa importante conversa sobre acessibilidade. Iremos aplicar no dia a dia do nosso trabalho com a Comunicação e sempre aprendendo cada vez mais. Muito obrigado".

A intenção é realizar essa roda de conversa em vários setores do Tribunal para dar essa orientação a todos os servidores. Os gestores podem entrar em contato com a coordenação da CPAI pelo e-mail cpai@trt8.jus.br e solicitar que a Comissão organize a roda de conversa na data mais adequada.

Confira as fotos do evento aqui.