Fim da greve de ônibus depende de aprovação de proposta pelos rodoviários.
Na segunda audiência de conciliação conduzida pelo juiz do trabalho, Antônio Oldemar Coelho, os representantes dos Sindicatos dos Rodoviários de Belém, Ananindeua e Marituba e do Sindicato da Empresas de Transportes dos Passageiros de Belém buscaram um consenso para que rodoviários encerrem a greve que já dura dois dias.
Deflagrada nas primeiras horas de quinta-feira (27), de acordo com a advogada dos rodoviários de Belém, Mary Cohen, a greve foi o caminho encontrado para a busca do aumento salarial dos rodoviários, que, segundo os dados trazidos, encontra-se sem atualização e defasado há mais de dois anos.
De acordo com o representante dos donos de empresas, Mário Tostes, as perdas causadas pela pandemia, inclusive com as decretações de lockdown em Belém e região metropolitana, impedem qualquer alteração no quadro atual, sob pena de fechamento de empresas e atrasos no cumprimento de compromissos já acertados.
Durante a audiência de hoje foram retomadas as propostas de acordo levantadas na reunião de ontem (27), que não haviam logrado êxito, para nova análise e manifestação das partes.
Para o juiz do trabalho responsável pela condução da negociação, Antônio Oldemar Coelho, era fundamental que as partes conseguissem alcançar o acordo nessa segunda rodada, pelo bem da população, que já teve que lidar com diversos transtornos caudados pela ausência de transporte.
O MPT se fez representar pela procuradora do Trabalho, Gisele Góes, que, após explanação acerca da realidade atual, inclusive com análise da alteração do valor da cesta básica, pediu ponderação dos empresários sobre a necessidade de oferecimento de algum avanço aos trabalhadores.
A procuradora sugeriu o pagamento de 2,5% em duas parcelas, 1,0% em setembro, e 1,5% em novembro, e não obteve sinalização positiva por parte da patronal.
Roberto Sena, do DIEESE, ponderou acerca dos aumentos que ocorreram no valor da cesta básica, além do gás de cozinha, que impactam nas perdas salariais que já ocorreram com os dois anos sem reajuste.
Em um determinado momento da negociação, os trabalhadores colocaram nova proposta na mesa, abrindo mão do reajuste referente a perda salarial do ano passado, mantendo as do atual, o que representaria 7,5%, mas não foi aceita pelos empresários, em razão da impossibilidade de honrar com o compromisso.
Assim, tanto o magistrado como a representante do MPT pediram nova análise acerca da proposta de pagamento de 1,0% agora em setembro, 1,5% em novembro, com retomada de negociação em dezembro, esperando um cenário mais positivo em relação à pandemia.
Ambos reiteraram que as cláusulas sociais constantes da norma coletiva serão mantidas na integralidade, até abril de 2022, o que foi acatado pelos empresários.
Diante da ponderação dos presidentes dos sindicatos dos rodoviários, com relação ao pagamento parcelado do percentual colocado, o sindicato dos empresários ponderando inclusive as colocações novamente feitas pelo JT8 e pelo MPT, com apoio do DIEESE, ofereceu a proposta de pagamento de 2,5% em parcela única, no mês de outubro, sentando para negociar novamente em dezembro.