"Judiciário Fraterno" leva educação, cidadania e respeito às comunidades

Projeto foi inspirado no tema da Campanha da Fraternidade 2022 Dia Internacional da Mulher, cerca de 100 mulheres receberam o Certificado "Mulher Fraterna"
Ação do projeto reuniu crianças, adultos e magistradas
— Foto: ASCOM8

"Fraternidade e Educação – Fala com sabedoria, ensina com amor", o tema da campanha da fraternidade foi a inspiração para o projeto "Judiciário Fraterno", desenvolvido pelo Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região para este ano de 2022. Idealizado e implementado pela Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, em parceria com a Comissão de Incentivo à Participação Feminina e com a Comissão de Acessibilidade e Inclusão do TRT8, o projeto foi lançado no dia 8 de março, em evento promovido pela instituição para abertura do seu ano judiciário.

Durante o lançamento, a gestora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil, desembargadora Maria Zuíla Dutra, afirmou que o elevado índice de desemprego, aumento da defasagem escolar e redução da renda familiar foram alguns dos motivos para lançar a iniciativa. "Será um projeto socialmente sustentável, que irá realizar sucessivas ações com a equipe de voluntários e padrinhos solidários para contribuir para o desenvolvimento social, econômico e cidadão de mulheres que estão em vulnerabilidade social. No dia 08 de março entregamos o 'Certificado de Mulher Fraterna' para 100 mulheres indicadas pelos voluntários do projeto Padrinho Cidadão", detalha a desembargadora.

A juíza do Trabalho Vanilza Malcher, gestora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil acrescenta que o Judiciário Fraterno também surge a partir da observação de realidades e da necessidade que cada momento nos impõe. "Estamos no final de pandemia, e não há dúvida de que se agravaram mais ainda as mazelas sociais anteriormente vivenciadas. Então, além de fortalecer, precisamos ampliar as ações que desenvolvemos em âmbito regional, não apenas ao cuidado das crianças e adolescentes (com ou sem deficiência), mas também de integrantes adultos de seu núcleo familiar, em especial das mulheres".

Parcerias – Neste início do projeto, o Judiciário Fraterno conta com as parcerias internas do Comitê de Incentivo à Participação Feminina e da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do TRT da 8ª Região. "Externamente, já temos como parceiros o Centro Social Dom Orione (Jaderlândia – curso de canto), a Escola Municipal Florestan Fernandes (Benguí – curso de violão) e a Escola Estadual Waldemar Rebeiro (formação sobre cidadania); além do relevante apoio de nossos voluntários/padrinhos-cidadãos, que estarão no front junto às suas comunidades. Temos certeza de que teremos muitas outras parcerias neste projeto, já que seu objetivo é nobre e de extrema relevância para renovar esperanças na era pós-pandemia", pontua a juíza do Trabalho, Vanilza Malcher.

Na última sexta-feira, 11, a magistrada e voluntários do projeto estiveram nos bairros do Benguí e Jaderlândia. É importante destacar que muitas das ações que forem desenvolvidas dentro da programação do projeto Judiciário Fraterno serão decorrentes de uma construção coletiva com a própria comunidade. "É preciso também valorizar habilidades e saberes dos beneficiários, e contribuir para sua valorização e seu protagonismo. Já temos programados cursos, oficinas e rodas de conversas".

Planejamento – Com apoio de magistrados e servidores do TRT8 ou de familiares, o projeto pretende se basear nos ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - nº 04, que diz respeito à educação; número 05, que aborda o empoderamento feminino e o nº 08, em ações que reduzam o trabalho infantil. "Vale destacar que já temos previsto um curso de informática, que será ministrado pelo servidor Marco Aurélio, e outro de Introdução ao Primeiro Emprego, que será ministrado pela Sra. Márcia da Paixão, esposa do servidor Lauro da Paixão Neto", finaliza a magistrada.

Para a Coordenadora da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do TRT8 (CPAI), juíza do Trabalho Camila Nóvoa, o projeto Judiciário Fraterno é maravilhoso. "Nós temos que entender que os cuidadores das crianças, com e sem deficiência, especialmente as mães, precisam ser olhados com carinho. Essas mulheres precisam estar bem para conseguirem cuidar, acompanhar e lutar pelos direitos e dignidade de seus filhos e filhas. A CPAI vai colaborar com o projeto em tudo, especialmente participando de ações que esclareçam sobre pessoas com deficiência, seus direitos, suas capacidades, barreiras que enfrentam, além de discutir o capacitismo. É muito importante que as pessoas aprendam a lidar e respeitar as diferenças. Só assim teremos um mundo melhor e mais inclusivo", comemora.

A coordenadora do Comitê de Incentivo à Participação Feminina, juíza do Trabalho Léa Sarmento, ressalta que o projeto é uma campanha inspiradora. "Uma campanha que tem por objetivo dar um passo à frente, concretizar ações que favoreçam a sociedade, que favoreçam as crianças, os adolescentes, as mulheres negras, as mulheres indígenas, que favoreçam as pessoas com deficiência. Na verdade é fruto de um engajamento das comissões do TRT8".

Pelo Judiciário Fraterno será possível construir um Coletivo com uma postura de enfrentamento contra as injustiças, mas uma postura de se empenhar junto à sociedade para formar cidadãos conscientes. "Queremos que essas injustiças sejam reduzidas no nosso cotidiano. E assim permitir, auxiliar, incentivar, e que nós possamos construir uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais inclusiva. É muito importante ter essa noção para que nas próximas gerações seja possível verificar essa mudança de concretização de atos, atitudes, empenho, da própria sociedade junto com o judiciário. O TRT8 está à frente disso e mostra sobre o compromisso que tem com a sociedade e importante também registrar que é há um empenho de melhorar a questão da vulnerabilidade para reduzir o trabalho infantil, e permitir que as mulheres usufruam de um trabalho decente, da mesma forma as pessoas com deficiência", conclui.