Justiça do Trabalho promove cadastro de currículos de pessoas com deficiências no Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiências
Mesmo com a criação da lei de cotas para pessoas com deficiência em 1991, as pessoas com deficiência sofrem constantemente para serem introduzidos no mercado de trabalho. E, com o intuito de reduzir esse quadro de igualdade, ampliando o acesso ao mercado de trabalho, o o Tribunal Regional da 8°
Região (PA/AP), por meio de sua Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e a empresa Gestor Gestão Organizacional realizaram nesta quarta-feira (21), das 9h às 15h no hall de elevadores do seu edifício sede a ação de cadastramento de currículo de pessoas com deficiência, que ficarão disponíveis para o mercado de trabalho em uma plataforma de recrutamento e seleção.
A ação marca as celebrações pelo Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado neste 21 de setembro, e faz parte das atividades da Semana da Acessibilidade do TRT-8, que ocorrem no período de 19 a 23 de setembro.
A ação é uma iniciativa da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão do TRT-8, e a principal finalidade é ampliar o cadastro de pessoas com deficiência que estão disponíveis para o mercado de trabalho e que, por diversos motivos, muitas vezes não estão tendo acesso a vagas de trabalho.
“A gente sabe que as empresas alegam, muitas vezes, não haver pessoas com deficiência disponíveis para o preenchimento de vagas e, na realidade, a gente sabe que isso não corresponde à realidade. Então é necessário que a gente se fortaleça nesse sentido, formar um cadastro para oferecer para as empresas e, inclusive, usar como argumento. Também é importante exigir que, além de que as pessoas sejam contratadas, que sejam garantidas a acessibilidade e a inclusão.” declarou Luisa Leão, chefe da seção socioambiental do TRT-8.
Deivid Pinheiro, 22, cadeirante, estudante do 4° semestre de Direito, compareceu no cadastro e disse que estava alegre, pois era a oportunidade de conseguir um trabalho e também evoluir seu conhecimento. “Eu tô feliz pela oportunidade de fazer o meu currículo aqui, eu estou no quarto semestre do curso de Direito e pretendo conseguir o quanto antes ser incluído no mercado de trabalho, poder ser um pouco independente e construir mais meuconhecimento, esse é o meu maior objetivo”
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que foram divulgados nesta quarta, pessoas com deficiência têm renda menor. Segundo a pesquisa, que foi realizada em 2019, cerca de 28,3% das pessoas com deficiência em idade para trabalhar estavam empregadas ou procurando emprego, porcentagem inferior ao de 66,3% de pessoas sem deficiência que estavam empregadas.
Rafael Carmo, gerente de promoção dos Diretoria da Pessoa com Deficiência na Secretaria de Estado de Justiça dos Direitos Humanos (Sejudh) ressalta que a ação é fundamental para levar informações sobre vagas de trabalho e mostra para a sociedade que pessoas com deficiência também têm potencial e autonomia para atuar no mercado de trabalho. “Muitas vezes essas pessoas não têm acesso a informação a vagas de trabalho e trazer essa informação ao público facilita para que eles possam conseguir uma vaga de trabalho, mesmo que haja uma cota por lei, muitos não têm conhecimento sobre
isso. Quando fazemos uma ação desse tipo, também resgatamos a autonomia e o potencial dessa pessoa que muitas vezes a sociedade invisibiliza.”
Por conta da discriminação e a desinformação nas empresas, há o preconceito de contratar pessoas com deficiências. Porém, a inclusão de pessoas deficientes no mercado de trabalho traz benefícios à empresa como o aumento da diversidade, incentiva a inclusão e combate o preconceito. Gustavo Cabral, analista judiciário e membro da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão, enfatiza que a ação vai muito além do cadastro de currículos, leva dignidade e inclusão para essas pessoas. “Além da importância do cadastro de currículos, essa ação faz com que as pessoas com deficiências elas sintam que têm o direito de ocupar todos os espaços. Seja nas empresas privadas, seja nos órgãos públicos, a gente precisa fazer com que essas pessoas reconheçam o direito de ocupar esses espaços. Pois isso traz dignidade para vida dessas pessoas, e fomenta a necessidade de que a sociedade seja mais igualitária e mais inclusiva.”, destaca.
A equipe da Gestor Consultoria realizou o cadastro dos currículos na plataforma de recrutamento e seleção, a Comtalento.com. Os participantes tiveram seus dados cadastrados e estão disponíveis para que empresas possam visualizar os seus currículos. Nara d’Oliveira, diretora da Gestor, conta que essa ação é importante para mostrar a esse público que há um mercado de trabalho aberto para eles. "A ideia é que possamos contar para as pessoas com deficiência que existe um mercado de trabalho que é aberto para eles, tem oportunidades para todas as áreas, a nossa expectativa é atingir esse público e mostrar que existe uma plataforma a nível regional e nacional para se candidatar a vagas para PCD” contou.
A Ação já tinha cadastrado cerca de 33 currículos até o meio da manhã dessa quarta. Aos interessados que não puderam participar presencialmente, entrem em contato com a Gestor ou mande e-Mail para sustentabilidade@trt8.jus.br