Matéria da série "SustentaHabilidade" aborda a economia de recursos materiais
Já parou para refletir em quanto custa o uso de copos descartáveis no ambiente de trabalho? E o gasto com papel para imprimir documentos, relatórios? Pois bem, com a antecipação da revolução tecnológica que fomos desafiados pela pandemia do Covid 19 e o trabalho remoto adotado no mundo todo, foi possível ainda mais a redução do uso de papel e impressão. E você está fazendo a sua parte no consumo consciente?
Dando sequência à série de reportagens que integram a série "SustentaHabilidade" vamos abordar sobre a questão da economia dos recursos materiais como: copos descartáveis, água, papel e impressões. A economia dos recursos estão presentes nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) 11,12,13 e 14, que atendem respectivamente, cidades e comunidades sustentáveis; padrões de produção e consumo sustentáveis; adoção de medidas contra a mudança global do clima; ODS 14, conservação e uso sustentável dos oceanos e mares, e também ODS 15, que trata sobre proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres.
Começamos falando sobre a questão das impressões e uso de papel, a Coordenadora de Infraestrutura e Suporte da Setin do TRT-8, Gilmara Santos, afirma que os números de impressão de materiais do ano de 2018 para os dias atuais reduziu bastante. "Começamos a monitorar em 2018 e, comparando aos dias de hoje, o consumo reduziu drasticamente, tudo isso em função da pandemia e do trabalho remoto", explica.
Por exemplo, no ano de 2018, em apenas dois meses de quando foi dado início ao monitoramento, foram impressos 552.684 documentos; em 2019 ficou em 4.238.902; em 2020 o número reduziu para 1.111.590 impressões. Seguimos agora para o ano de 2021, o número chegou a 1.290.62 e em 2022, o número de impressões de documentos contabilizados até junho, está em 874.044, segundo dados da Secretaria de Tecnologia de Informação.
Gilmara Santos ressalta que todo processo digital impacta diretamente na redução da impressão, porém ainda existe uma cultura do usuário que muitas vezes imprime documentos, peças, e-mail para ler e despachar.
Com a chegada dos processos judiciais eletrônicos como o PJe e Proad, são inseridos cada vez mais novos métodos de trabalho digitais que permanecerão na estrutura do judiciário brasileiro. Uma das prioridades do Planejamento Estratégico do TRT-8 é a implementação do projeto Juízo 100% digital em todas as Varas de Trabalho, ou seja, todos os processos de papel serão digitalizados e as audiências sendo realizadas no formato virtual, o que vai possibilitar ainda mais reduzir o uso de papel nas unidades judiciárias.
A chefe da Seção Socioambiental do TRT-8, Luiza Leão, afirma que quando falamos no consumo de papel, já houve uma redução em relação aos últimos anos, que é atribuindo tanto aos processos eletrônicos, quanto ao trabalho remoto. Ela ressalta porém que precisamos continuar buscando essa redução de consumo. "Se calcularmos a média de consumo dos meses de 2022 e continuarmos nesse ritmo, teremos o dobro do consumo que tivemos em 2021. É importante refletir a cada papel utilizado, e, em caso real de necessidade desse uso, planejar a destinação correta desse papel para a reciclagem", pontua.
Luiza Leão ressalta ainda que, com tudo no formato digital, torna-se desnecessária a impressão da maior parte dos documentos com os quais trabalhamos hoje. Assinatura digital também é algo que ajuda a evitar impressões desnecessárias.
O Coordenador de Material e Logística (COMAT) do TRT-8 em exercício, Claudinei Lima da Silva observa que os números de aquisição com papel para impressão diminuíram. "Houve uma redução nos dois anos de pandemia, em que a grande parte dos servidores estava no serviço remoto, e antes da pandemia, no ano de 2017, chegamos a consumir mais de oito mil resmas de papel e hoje, em 2022 não chegaremos ao uso de duas mil resmas utilizadas na impressão. A tendência do uso de papel para impressão é diminuir", pontua.
Adote uma caneca -E agora vamos abordar sobre o uso consciente de material descartável como copos para água e café. Você já pensou quanto tempo um copo plástico demora para se deteriorar no mar ou qualquer outro lugar? O copo descartável demora em torno de 200 anos para se decompor, e imagina agora o quanto de lixo de copos são jogados no mar, nas praias e o quanto isso é prejudicial ao meio ambiente.
O Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região, por meio de ações sustentáveis, incentiva que todos os magistrados e servidores adotem uma caneca para uso individual no seu ambiente de trabalho. A campanha "Adote uma caneca" foi lançada em 2019 na realização da primeira edição da Semana de Responsabilidade Socioambiental do TRT-8, com adesão do público interno.
O coordenador da Comat, Claudinei Lima da Silva, afirma que o TRT-8 vem adotando medidas para reduzir o consumo de copos plásticos. "Estamos na fase de licitação para fazer a substituição gradual dos copos descartáveis por novos copos produzidos a partir de material de vidro ou material sustentável, para eliminar de vez a utilização dos copos descartáveis", informa.
Ele acrescenta que o único quesito da compra de material em que não conseguem reduzir o consumo é de água mineral. "O quesito água é muito solicitado tanto pelos servidores, como pelo jurisdicionados atendidos pelo Tribunal, e a tendência da água mineral é continuar na estabilidade e aumentar um pouco o consumo".
A conscientização ambiental começa por pequenas atitudes dentro de casa ou no seu ambiente de trabalho. A professora da Universidade Federal do Pará e líder do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental na Amazônia, Ludetana Araújo, afirma que a geração atual se compromete com o consumo consciente. "Precisamos de um trabalho profícuo de todas as gerações. Todos precisam estar empoderados com informações, conhecimentos, ciência que deve passar do individual para o coletivo. Muitas pessoas não tem acesso a informações. Essas informações precisam ser circulares e estarem à disposição de todos em todos os lugares, principalmente lugares de acesso ao público: feiras, praças, monumentos, praias, igrejas, centros comunitários, fabricas, supermercados etc", finaliza a professora, que atua na área de conscientização ambiental há mais de 30 anos no estado do Pará.
Onde tudo começou – o ano era 2007, no mês de julho e com objetivo de adotar práticas voltadas para conscientização ambiental e a qualidade de vida no trabalho, foi instalado no TRT-8, o Programa TRT Ambiental e a Comissão Permanente de Gestão Ambiental, designada pela Presidência do Tribunal e subordinada à Secretaria Geral da Presidência. O programa foi instituído pela resolução 237 de 09 de julho de 2007 do TRT-8.
Juntamente com o programa foi lançado o Prêmio "Qualidade Ambiental" que tinha objetivo de reconhecer e premiar as unidades administrativas e judiciais que se destacaram na gestão ambiental de suas atividades.
Em 2007 também iniciou o projeto da Coleta Seletiva Solidária que constava na separação dos resíduos recicláveis e para viabilizar a coleta foram distribuídos nos prédios sede coletores de identificação internacional de material reciclável. Hoje, a Comissão Permanente de Gestão Ambiental é presidida pela juíza do trabalho Roberta de Oliveira Santos, que vem promovendo ações voltadas para a questão socioambiental.
Este ano, durante a Semana da Reciclagem e na Semana da Responsabilidade Socioambiental, a Comissão Permanente de Gestão Ambiental promoveu várias ações com o intuito de incentivar o consumo consciente e a destinação correta dos resíduos. "A oficina de compostagem motivou muitos servidores a iniciar essas práticas em suas casas. A reinauguração do depósito de resíduos sólidos também tem incentivado os magistrados e servidores a realizarem a coleta seletiva em casa e no trabalho. No segundo semestre estão previstas ações junto a cada setor, para discutir estratégias que atendam à necessidade local para produzir ações mais sustentáveis", finalizou a servidora Luiza Leão.
O Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região atendeu a resolução nº 201 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicada no dia 03 de março de 2015 que estabelece a criação e competência das unidades ou Núcleos Socioambientais do poder Judiciário e também a implantação do Plano de Logística Sustentável (PLS). Anualmente o TRT-8 publica seu PLS e também realiza ações e projetos voltados para questão socioambiental.