TRT-8 incentiva educação que coloca o aluno como protagonista de sua história
A educação que transforma ajuda não só no desenvolvimento de uma sociedade mais justa e plural para todos, mas também oferece a cada aluno e aluna o direito de sonhar com um futuro melhor. Sonhar é acreditar na capacidade de alcançar o que deseja, por este motivo que não se deve deixar de acreditar na competência e dedicação que o movimenta.
Plantar esta cultura nos estudantes é, acima de tudo, mostrar que são capazes de se tornarem o que quiserem ser. “Acreditem que, com o exercício do direito de sonhar e com a dedicação aos estudos, vocês podem ser o que quiserem ser, acreditem nisso com toda a força”, pediu a coordenadora do programa Judiciário Fraterno do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, desembargadora Zuila Dutra, durante a cerimônia de encerramento do Programa Judiciário Fraterno de 2022, que aconteceu no auditório Aloysio Chaves, na sexta-feira (25), quando alunos de escolas públicas receberam kits escolares e apresentaram danças típicas paraense e ginástica artística.
Segundo a desembargadora Zuila Dutra, a ideia de mobilizar a sociedade para a doação dos kits escolares é inspirada nas falas da ganhadora do Nobel da Paz, a paquistanesa Malala Yousafzai. Um dos principais sonhos da ativista era estudar e ver as mulheres na sala de aula, mesmo após sofrer um atentado com três tiros, a Nobel da paz não desistiu. “Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo”, disse Malala Yousafzai.
A entrega foi marcada por apresentação de dança folclórica e de ginástica artística. A aluna do 8ª ano da Escola Waldemar Ribeiro, Maria Paula Lima Favacho, fez uma apresentação de ginástica para os presentes; em novembro a aluna participou do XLI Torneio Nacional de Ginástica Artística, em Goiânia, e relembrou como a ginástica entrou na sua vida. “A ginástica é a minha vida! Sempre gostei da ginástica, desde quando eu era criancinha e já fazia ballet. Já a ginástica entrou na minha vida ano passado, assistia vídeo de ginastas, da Flávia Saraiva e da Rebeca Andrade, que são minha inspiração”, destacou a atleta.
Assim como suas ídolas, que nunca desistiram de seus sonhos e sempre contavam com apoio de familiares, Maria Paula não é diferente, se dedicou no que acreditava e teve o apoio de sua mãe para a realização do seu objetivo. “E esse ano quis fazer as aulas de ginástica e a minha mãe me incentivou e achou o local que hoje eu faço”, finalizou a aluna.
Transmitir a cultura, a linguagem e os costumes de uma localidade para os mais novos é preservar a memória dos antepassados. Os alunos do 5º ano do fundamental da escola estadual Waldemar Ribeiro, no Umarizal, fizeram uma pesquisa sobre o que seria o Siriá. A pesquisa inicialmente seria para mostrar a cultura folclórica do Pará, mas durante os trabalhos surgiu um grupo de 20 integrantes para dançar o siriá.
Siriá é uma dança que nasceu no município de Cametá, na região nordeste do Pará, e tem origem nos batuques indígenas e africanos. A palavra vem de siri - um pequeno crustáceo que parece um caranguejo. Segundo a lenda, após um dia de trabalho forçado e exaustivo os escravizados africano e indígenas eram “liberados”, com os olhares dos capatazes, para procurarem o que comer, e, ao chegarem em uma praia, encontraram um grande quantidade de siri. E em agradecimento fizeram uma dança que conta o fato, o Siriá.
Um dos integrantes do grupo de siriá é o estudante do 5º ano, Pablo Caldas, que participa do cortejo típico do Siriá, que traz memória afetiva de sua avó. “Já conhecia, quando estávamos na casa da minha avó, ela colocava música antiga para escutar, e um dia ela colocou o siriá e eu gostei muito. O Siriá é minha vida e cultura! E eu incentivo a minha mãe a dançar o siriá também”, contou.
Mensagem - “Com base na minha experiência pessoal, estou falando de coração, seja qual for a situação de vida, exercite o direito de sonhar; sonhe grande com determinação dizendo ‘eu quero isso’, sonhe com coragem, pense ‘vou lutar com todas as minhas energias para realizar o meu sonho’, mas, sobretudo, sonhe com confiança na sua capacidade, diga sempre ‘eu posso e vou conseguir’, este é o caminho seguro para transformar o sonho em realidade. Foi isso que aconteceu comigo, e ainda continuo sonhando. Já cheguei muito mais longe do que sonhei, mas eu nunca perdi a esperança de sonhar”, finalizou a desembargadora Maria Zuila Lima Dutra.