TRT-8 promove roda de conversa sobre os desafios da maternidade.
A roda de conversa com o tema “Desafios da maternidade frente às necessidades da educação infantil no século XXI” ocorreu na última segunda-feira (9), e foi transmitida no canal do YouTube do TRT-8. O evento teve abertura realizada pela juíza titular da 6ª Vara do Trabalho de Macapá e integrante da Comissão de incentivo à participação feminina na Justiça do Trabalho, Odaise Martins, e contou com a participação de três convidadas: a coordenadora Estadual de Políticas para o Autismo, Nayara Barbalho; a psicóloga Lena Mouzinho e a educadora parental Wanessa Sêmola.
Durante a conversa foram tratados temas como a comunicação não violenta, rede de apoio para os pais, maternagem e maternidade, entre outros assuntos. Wanessa Sêmola, contou sobre a sua experiência frente aos desafios da maternidade e como isso a levou para o caminho da educação não violenta. “Durante o período que eu fiquei em casa eu estudei muito sobre educação para entender como olhar para essa criança, como me relacionar com ela. Eu comecei a perceber que queria quebrar ciclos, fazer diferente. Não que seja melhor ou pior do que foi comigo, eu só queria fazer de um jeito que eu acreditasse que seria importante para a minha conexão com meu filho”.
Além disso, Wanessa afirmou que é necessário olhar para si mesma enquanto mãe e também para a criança, dessa forma é criada uma relação de respeito entre os dois lados. “Como que a gente pode se comunicar sem trazer esse padrão que nós vemos de castigo, punição e violência? Na sociedade, infelizmente as crianças são vistas como chaveiro e tentamos encaixar a criança no mundo dos adultos. Mas, na verdade, é a criança que é imatura fisiologicamente, emocionalmente e mentalmente. Nós é que somos maduros para nos encaixarmos no mundo das crianças”
A coordenadora Estadual de Políticas para o Autismo, Nayara Barbalho, falou sobre seu primeiro contato com o autismo, quando seu filho foi diagnosticado dentro do espectro. Ela também ressaltou a importância de fazer parte de um grupo de apoio. “É preciso trabalhar várias frentes, não apenas da criança, mas também do cuidar do cuidador. Muitas vezes as mulheres se sentem desvalorizadas e anuladas. Então busquem redes de apoio com outras mães que compartilham as mesmas experiências que vocês. Essas mães vão compreender que se a sua criança segurar um garfo já vai ser um marco enorme no seu dia, coisa que a sociedade em si não entende, mas essas mães vão compreender”.
Nayara finalizou afirmando que a inclusão é dever de todos. “Precisamos ocupar todos os espaços e falar de autismo e de todas as deficiências em todos os lugares. As pessoas precisam perguntar o que podem fazer para deixar o ambiente o mais inclusivo possível, já que a obrigação de inclusão de pessoas com deficiências não é apenas do governo, mas de todos nós. Todos nós temos um papel fundamental para trazermos voz à inclusão”.
Por fim, a psicóloga Lena Mouzinho trouxe reflexões a respeito da sobrecarga materna na criação dos filhos. Além disso, Lena também pontuou a diferença entre maternidade e maternagem. “A maternidade diz respeito a uma experiência que só as mulheres podem ter, que é engravidar, gerar, parir e nutrir um filho. A maternagem diz respeito a uma ação que todo e qualquer ser humano pode fazer, basta estar com disponibilidade para descobrir a sua capacidade de cuidar, que é inerente a todos e todas. A maternagem precisa e deve ser assumida por quem puder e se disponibilizar, é urgente que a gente tenha claro e que possa se abrir para essa possibilidade para esse momento da nossa história”.
Para assistir a Roda de Conversa basta acessar o canal do Youtube do TRT8 clicando aqui!