TRT-8 sedia o segundo Encontro de Autogestões em Saúde

Evento recebeu servidores e magistrados de diversos TRTs do país para debater boas práticas e desafios da autogestão em Saúde.
 Foto colorida de convidados de outros Tribunais Regionais que participaram do Encontro de Autogestão em Saúde no TRT8
#paratodosverem Foto colorida de convidados de outros Tribunais Regionais que participaram do Encontro de Autogestão em Saúde no TRT8

O Plano de Assistência Saúde (PAS) e o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8) - Pará e Amapá realizaram na última quinta, 3, e sexta-feira, 4, o II Encontro de Autogestões em Saúde, recebendo em sua sede, em Belém, secretários-gerais, diretores-gerais e gestores da área de saúde dos Tribunais Regionais do Trabalho de todo o país, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e outros órgãos parceiros, como TRE Pará, Justiça Federal no Pará, Tribunal de Justiça do Pará e OAB Seção Pará.

O presidente da Diretoria Executiva do PAS, desembargador Francisco Sérgio Rocha, destacou que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. “O TRT8 tem procurado cumprir o seu dever através de seu Plano de Assistência Saúde (PAS), realizando todos os esforços para melhorar a vida dos servidores, magistrados e seus dependentes, no âmbito da 8ª Região. Esse Encontro é uma oportunidade dos tribunais que operam com a autogestão fazerem uma sinergia de esforços capaz de melhorar coletivamente a prestação dos serviços de saúde - é a nossa esperança na conclusão desse encontro”.

A presidente do Conselho Deliberativo do PAS, desembargadora Suzy Cavalcante Koury, definiu o evento como de grande relevância. “O TRT8 está muito feliz de ter conseguido trazer este evento à Belém, porque cada vez mais esses planos de saúde e de autogestão dos tribunais precisam se unir, trocar ideias, se apoiar mutuamente. Nós temos que aprender e crescer juntos. E estamos muito felizes porque até o TST tem o seu plano de gestão. Nós discutimos quais serão os próximos caminhos, que avanços nós vamos poder ter, qual é o futuro desses planos de saúde, da autogestão”.

Plano de Assistência Saúde (PAS) do TRT8 é uma autogestão pública, com objetivo de prestar assistência médica e odontológica aos magistrados e servidores, ativos, inativos, pensionistas e dependentes, e que completará 42 anos no próximo dia 20 de abril. Além da expertise adquirida pelo TRT8 ao longo desse período, gestores de outros tribunais também fizeram sua contribuição durante o Encontro, como foi apontado pelos diretores do PAS, trocando experiências e perspectivas de futuro.

A presidente do TRT8, desembargadora Sulamir Palmeira Monassa de Almeida, apontou a saúde como um tema que desafia gestores constantemente. “A promoção da saúde suplementar, a sustentabilidade dos planos, a eficiência na gestão... Queremos que nossos planos sejam de excelência, diferenciados tanto no atendimento, quanto nas práticas, sendo inovadoras. Sabemos viver com dificuldades orçamentárias, mas entendo que é nas dificuldades que podemos nos superar. E a troca de conhecimento aqui é fundamental para avançar com tranquilidade em nossa missão. Que possamos construir soluções juntos”.

O evento contou ainda com a presença do presidente do TRT18 (Goiás), desembargador Eugênio Rosa. Ele e sua equipe estavam em Belém na intenção de tomar o TRT8 como exemplo de administração pública, haja vista que este foi certificado como o melhor Tribunal do Trabalho do país em 2024. Aproveitando sua presença, a presidente do TRT8 o convidou a participar da mesa de abertura do evento.

“A troca de expertise entre os tribunais trabalhistas hoje é um pouco mais ampla. E claro que o TRT da 8ª Região se tornou uma grande referência para a Justiça do Trabalho, porque ele é o nosso selo Excelência. É um paradigma um pouco mais elevado que o tribunal conseguiu atingir, e com isso, obviamente, demonstra que o tribunal conseguiu efetivar algumas condições de administração que nós precisamos prestar atenção para pelo menos chegar perto, não é? Então, esse é o principal motivo por que estamos aqui, coincidindo, obviamente, com o nosso interesse também por esse evento em relação à gestão da saúde corporativa. Essa experiência do TRT daqui na gestão de saúde começa a servir também de paradigma para outros Tribunais Regionais”, apontou o magistrado.

CONVIDADOS

diretor da Secretaria de Assistência Suplementar à Saúde do TRT5, André Liberato de Matos Reis, destacou entre os desafios observados na Bahia, o fato de operadoras privadas de saúde trabalharem com média de 6% de seus usuários sendo pessoas acima dos 60 anos, enquanto planos de autogestão trabalham com uma média de 26%. Além disso apontou a “financeirização” dos serviços de saúde, sendo dominados por poucas empresas, o que também prejudica encontrar opções com valores mais acessíveis, que tem elevado os gastos, principalmente em casos de internação.

diretor da Secretaria de Autogestão em Saúde do TRT6, Renatto Marcello de Araújo, destacou como, em Pernambuco, o plano nasceu de uma situação de crise, de esgotamento do plano de saúde anterior. “As pessoas não conseguiam mais pagar um saldo anterior e havia uma debandada de todas as pessoas jovens porque era mais barato encontrar um plano de mercado. O mais idoso não conseguia, então tinha que ficar naquele plano, então isso foi uma situação insustentável e o TRT resolveu criar um grupo de trabalho para encontrar novos caminhos”.

Simone Picolos, a coordenadora do PAS TRT8, destacou questões como as parcerias com hospitais e laboratórios, além do investimento recente em meios preventivos e de autocuidado. “Os desafios são constantes e a importância dessa conversa aqui com a gente é porque as dores são bem parecidas, apesar da realidade de cada local ser diferente, a gente tem as mesmas dores e é muito bom quando a gente compartilha. Esse é o caminho que a gente vem partilhando, da atenção primária à saúde”.

Marcus Vinicius de Carvalho, coordenador de Saúde Complementar do TST - Programa TST Saúde, elogiou a realização deste segundo encontro. “Para nós é um evento maravilhoso, aqui é a hora que a gente consegue colocar o problemas em comum a  todos para encontrar soluções, e é muito bom para os beneficiários que utilizam os planos de saúde. Essa troca trouxe questões muito frutíferas. E é um tema complexo. Como todos sabemos, a saúde custa caro para quem paga e para quem realiza, por isso convidamos também o ministro do TST Alberto Balazeiro para falar sobre a sustentabilidade desses planos, da autogestão, como isso poderá se manter nos próximos anos”.

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Texto: Lais Azevedo/Secom TRT8
Fotos: Camila Souza/Secom TRT8